A aviação executiva brasileira está seguindo a tendência da americana e várias aeronaves estão começando a ser equipadas com a internet mais rápida disponível nos céus, a da Starlink, da SpaceX, de Elon Musk. Nesta semana, a primeira aeronave registrada no Brasil teve a instalação homologada concluída e já está usando a tecnologia que permite velocidades de até 300 Mb/s em voo de cruzeiro. O primeiro avião a receber esta antena da Starlink foi o Gulfstream G550 de matrícula PS-BDJ, pertencente à Denali Incorporadora, que teve a antena colocada na parte superior da fuselagem, próximo a segunda janela de passageiros.
O serviço foi realizado no Aeroporto de Jundiaí, no interior paulista, nas instalações da Jet Avionics, empresa especializada em modificações internas de aeronaves. Até onde se tem notícia, esta é a primeira instalação de antena homologada feita no Brasil, sendo que a ANAC já ratificou a homologação americana para outros aviões Gulfstream da série G-IV, G650, além dos concorrentes Bombardier Challenger 300/350, Global 6000/7500 e Cessna Citation Excel.
Para aeronaves de operação privada (RBAC 91), o uso da Starlink Mini é permitido pela ANAC, ainda que de maneira provisória, desde que a antena seja posicionada de forma que não imponha restrições e/ou limitações de visibilidade externa à aeronave (especialmente durante as fases críticas do voo, como táxi, decolagem e pouso) e/ou interna (de instrumentos, controles, indicadores e afins) por parte da tripulação, bem como não dificulte o acesso aos comandos da aeronave.
Já para táxis aéreos e voos regulares de companhias aéreas, a instalação terá que ser feita por oficina homologada, e o uso como dispositivo portátil (PED), no caso da Starlink Mini, ainda está sob análise da ANAC, que já foi consultada por vários operadores de táxi aéreo sobre o assunto nos últimos meses, segundo dados apurados pelo AEROIN. No caso da aviação privada, a Starlink Mini tem outras restrições: o sistema deve ser fixado de forma a não ser um risco aos ocupantes na possibilidade de desprendimento do suporte, principalmente durante o pouso.
O recolhimento da antena durante fases de decolagem, subida, descida e pouso deve ser executado caso a fixação não garanta a retenção do PED durante todos os regimes de voo. Até o momento, nenhuma companhia aérea brasileira demonstrou interesse em contar com a Starlink em seus voos comerciais, apesar de esta tecnologia já ser uma realidade em parte da frota de empresas que voam ao Brasil, como a United Airlines e a Qatar Airways.