A atriz Bárbara Paz guarda no rosto uma cicatriz resultante de peripécias da juventude. Em dezembro de 1992, no dia de natal, quando tinha 18 anos, Bárbara e algumas amigas passeavam de carro depois de muita farra regada a bebida alcóolica. O veículo em que elas viajavam bateu violentamente contra uma árvore. A atriz teve um grande trauma facial e que precisou de uma sutura de 400 pontos. Depois voltou a São Paulo, mas, com as cicatrizes deixadas pelo acidente, abandonou a carreira de modelo e trancou-se em casa.
Após recuperada, retomaria a carreira. Decidiu então estudar teatro, no Centro de Pesquisa Teatral de Antunes Filho. Em 2013, usando maquiagens corretivas e fazendo tratamento com cremes e filtros solares, a atriz se submeteu a uma cirurgia plástica completa, pois só nesta época seu rosto estava preparado para tamanha intervenção, atingindo um bom êxito no resultado final.
Trajetória – Bárbara Raquel Paz nasceu em 17 de outubro de 1974 em Campo Bom, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Caçula de quatro irmãs, aos seis anos perdeu o pai, que era político na cidade. Sua mãe teve sequelas depois do parto de Bárbara e morreu depois de dezessete anos fazendo hemodiálise. Aos nove anos, Bárbara começou a trabalhar, pois a morte do pai fez com que a família passasse a ter dificuldades financeiras. Começou a pintar esculturas de gesso e vender na praça da cidade, para ajudar na compra dos medicamentos para a mãe.
Adolescente, decidiu ter sua carteira de trabalho e começou a trabalhar em uma fábrica de calçados, onde permaneceu por dois meses. Voltou a estudar pela manhã e trabalhar à tarde, desta vez em uma butique, onde ficou por dois anos. Depois ingressou em uma agência de publicidade, onde fez os primeiros trabalhos como modelo.
Após a morte da mãe em maio de 1992, Bárbara se viu sozinha. Só moravam ela e a mãe na pequena casa, pois suas irmãs já haviam se casado. Sofrendo com as memórias pela residência, não queria ficar ali sozinha, e na sua cidade não havia perspectivas de um bom futuro. No mês seguinte, pegou o dinheiro guardado que tinha, e foi morar em São Paulo, com algumas amigas, dispostas a dividir um aluguel de um apartamento, e tentar carreira de modelo ou atriz.
Logo que chegou à cidade, conseguiu emprego de secretária em uma universidade e foi fazer um curso de atriz na Escola de Teatro Macunaíma. Procurando emprego na área de moda, conseguiu, após passar nos testes de fotografia e desfile, que as agências lhe dessem algumas colocações, e desfilou para revistas, participou de editoriais de moda e feiras de exposição.
Na década de 1990, após superar o trauma do acidente de carro, retomou sua carreira artística e decidiu ingressar em cursos de artes cênicas. Bárbara formou-se pela Escola de Teatro Macunaíma e pelo Centro de Pesquisa Teatral (CPT), do dramaturgo Antunes Filho. Desde então, começou a ensaiar algumas peças e fez sua estreia profissional como atriz no espetáculo Memórias de Infância, sob a direção de Beth Lopes.
O ano de 1999 foi muito prolífico para Bárbara no teatro. A atriz participou de sete produções, desempenhando papéis importantes em Romeu e Julieta e Suas Facetas, de Geraldine Quaglia, uma montagem de O Gato de Botas, na qual foi dirigida por Paolino Raffanti, protagonizando Os Mané ao lado de Hugo Possolo e Raul Barretto, Água Fora da Bacia, Mistérios Gulosos, Poemas Fesceninos, ambas com Possolo, e Grogue, na direção de Débora Dubois.
Em 2009, teve a oportunidade de atuar em uma produção de destaque na TV Globo, a novela Viver a Vida, escrita por Manoel Carlos e exibida no horário nobre da emissora. Na trama, chamou atenção ao interpretar “Renata”, uma jovem que sofria de anorexia alcoólica. Sua complexa performance na produção a levou a conquistar definitivamente seu lugar de destaque entre as atrizes de sua geração, e Bárbara recebeu indicações como Melhor Atriz Coadjuvante no Prêmio Qualidade Brasil e Prêmio Contigo! de TV, além de ser nomeada a Atriz Revelação no Melhores do Ano.
Com o destaque da personagem, a atriz assinou contrato com a emissora e passou a ser recorrente em diversas produções na mesma, consolidando-se como uma atriz de forte carga dramática e tornando-se conhecida por desempenhar papéis de mulheres complexas e emocionalmente instáveis.