Flávia Alves Musto, de 44 anos, foi presa pela Interpol na cidade de Pisa, na Itália, após ser condenada pela Justiça de Pernambuco por mandar matar o ex-marido, Isaías de Lira, no ano de 2005. O crime ocorreu em Paulista, no Grande Recife, quando a vítima tinha 27 anos. Segundo os autos do processo, Flávia contratou pistoleiros para sequestrar e assassinar Isaías, que foi encontrado morto em uma estrada de terra no bairro de Maranguape 2, um dia depois de completar aniversário.
Testemunhas relataram que os criminosos, disfarçados de policiais, invadiram um bar em Dois Irmãos, Zona Norte do Recife, e levaram o jovem algemado, sob a falsa acusação de envolvimento com drogas.
O paradeiro da condenada era desconhecido desde 2015, quando deixou de comparecer às audiências do processo e foi considerada foragida. A descoberta aconteceu neste mês, graças à investigação da assistente jurídica Allira Lira, irmã da vítima. Ela localizou, em um cartório de Petrolina, uma certidão de casamento da ex-cunhada com um italiano. A informação foi repassada ao Ministério Público, que acionou a Interpol, resultando na prisão. Natural de Sobradinho (BA), Flávia se casou com Isaías em 2001, mas a relação durou pouco mais de dois anos e foi marcada por brigas e separações.
Segundo os familiares, o crime foi motivado por ciúmes e pela recusa da acusada em aceitar o fim do casamento. O inquérito demorou sete anos para ser concluído e passou por seis delegados até a decretação da prisão preventiva de Flávia, em 2012. A ré chegou a ser presa, mas foi solta em 2014, e desde então não compareceu mais às audiências.
Em 2019, foi condenada a 29 anos de prisão, pena reduzida posteriormente para 21 anos após recurso da defesa. Flávia está detida em uma unidade prisional na Itália, enquanto a Justiça brasileira aguarda a análise do pedido de extradição.
