O Ministério Público do Pará (MPPA) deflagrou nesta semana a Operação Hades II para apurar a compra de um imóvel de alto valor que estaria vinculado ao prefeito de Ananindeua, Daniel Santos (PSB). Segundo o órgão, a propriedade foi registrada em nome de uma empresa ligada ao gestor municipal e teria sido paga por firmas que mantêm contratos com a prefeitura, financiadas com recursos públicos.
De acordo com o MPPA, a operação cumpre mandados de busca e apreensão contra pessoas físicas e jurídicas e integra a Força-Tarefa Ananindeua, instituída pela portaria nº 5157/2025 e coordenada pelo procurador-geral de Justiça Alexandre Marcus Fonseca Tourinho. O grupo tem prazo inicial de 180 dias, prorrogável, e atua em parceria com Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Federal, Tribunal de Contas dos Municípios, Receita Federal e COAF.
A Força-Tarefa apura supostos crimes contra a administração pública, como corrupção, peculato, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro, além de investigar possível atuação de uma organização criminosa com ramificações nos Poderes Executivo e Legislativo do município. Ao final das apurações, o MPPA poderá propor denúncias criminais, ações civis públicas e outras medidas legais. Esta não é a primeira vez que Daniel Santos é investigado. Em agosto, ele chegou a ser afastado do cargo no âmbito da primeira fase da Operação Hades, que apura fraudes em licitações e corrupção.
O prefeito também é citado em denúncias relacionadas à compra de uma fazenda de R$ 16 milhões em Tomé-Açu, suspeita de ter sido financiada por Danilo Linhares, dono da empreiteira Edifikka, contratada pela prefeitura. Além disso, há acusações de superfaturamento na saúde e fechamento irregular de unidades hospitalares no município. A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Ananindeua e com o prefeito Daniel Santos, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.
Em nota pública em seu site oficial, o MP do Pará publicou nota pública ontem sobre a segunda fase da operação. Leia o texto abaixo :
A operação Hades II foi realizada para cumprimento de mandados de busca e apreensão em face de diversas pessoas físicas e jurídicas.
A decisão judicial decorreu do encontro de documento de compra de imóvel de alto valor, em nome de empresa do prefeito municipal de Ananindeua, Daniel Santos, pago por diversas empresas que possuem contratos com a prefeitura e, portanto, recebem recurso público.
Força tarefa instituída pela portaria nº 5157/2025.