Em 2024, Jean-Pierre Osenat, presidente da casa de leilões que leva o seu nome, andava ansiosamente em círculos numa mansão parisiense quando uma equipe de especialistas emocionados finalmente anunciou: “Temos um novo Rubens!”. O anúncio dramático não era à toa: eles haviam encontrado um quadro de Peter Paul Rubens, importante pintor belga do movimento barroco, que estava desaparecido há mais de quatro séculos.
Antes de fazerem o anúncio definitivo para Osenat, o time de especialistas estudou a obra em detalhes e debateu se era autêntica ou não. A confirmação, enfim, trouxe uma reação unânime: “raríssimo e sem precedentes”. A pintura se chama “Cristo na Cruz” e é datada de 1613. Ela foi descoberta durante o inventário de uma mansão no 6º distrito da capital francesa, uma área conhecida por seu forte histórico artístico e intelectual.
Segundo a casa de leilões, a obra está em ótimo estado de conservação. A autenticação coube ao professor Nils Büttner, especialista em artes e presidente do Rubenianum, instituição dedicada ao estudo da obra de Rubens. Büttner usou métodos que incluem imagens de raios X e análise de pigmentos para comprovar a veracidade.
“Este é o começo da pintura barroca. Cristo é representado crucificado, isolado, luminoso, destacando-se com força entre um céu escuro e ameaçador. Atrás do fundo rochoso e verde do Gólgota, há uma Jerusalém iluminada, mas aparentemente sob uma tempestade”, descreve Osenat à AFP.