A justiça arquivou a investigação e revogou a prisão temporária de Luana Lemos, empresária e vereadora suplente pelo PSB em Rorainópolis em caso de tortura a um ex-funcionário. Luana havia sido presa em maio de 2025, junto com o marido, o professor universitário Adelson Alves de Lima Júnior, durante operação da Polícia Civil que investigava supostos crimes de tortura, roubo e ameaça contra um ex-funcionário e uma ex-funcionária. O casal foi indiciado por torturar um jovem de 24 anos, após Adelson descobrir que ele era amante de Luana. O crime ocorreu em outubro de 2023, depois que o professor viu mensagens trocadas entre os dois.
Após a descoberta, Luana foi agredida por ele com coronhadas, socos e até com um descascador de laranja, segundo relato da própria vítima e testemunhas. Depois, o alvo principal das ameaças passou a ser o jovem. O professor armou uma emboscada para atrair e agredi-lo. O jovem foi atacado com socos, chutes, capacetadas, coronhadas e até com uma barra de ferro. Ele sofreu ferimentos pelo corpo, na cabeça e teve o nariz lesionado.
A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Rorainópolis, conduziu a investigação e apontou que Luana dirigiu o carro que levou o jovem até o local da emboscada. O MP entendeu que ela agiu sob coação do marido, argumento aceito pela Justiça.A decisão foi oficializada na terça-feira (9) pela Vara Criminal do município, após pedido do Ministério Público de Roraima.
Segundo a decisão judicial, o MP concluiu que não existiam provas que vinculassem Luana aos crimes e apontou que ela teria agido sob “notória coação moral irresistível”, causa excludente de culpabilidade prevista no artigo 22 do Código Penal. Com base nesse parecer, o magistrado revogou todas as medidas cautelares impostas à empresária, reconhecendo a inexistência de justa causa para sua manutenção.
Em nota, a defesa de Luana Lemos afirmou que avaliará medidas jurídicas para buscar reparação por danos morais, materiais e econômicos decorrentes da prisão e da exposição pública do caso.
“A verdade prevaleceu. Agora é hora de reparar os prejuízos causados e restabelecer integralmente a dignidade de Luana”, destaca o documento.
O processo segue apenas em relação a Adelson Alves de Lima Júnior acusado pelos crimes de tortura, constrangimento ilegal e lesão corporal em contexto de violência doméstica.