Além da venda de carros, a China está ‘invadindo’ o Brasil por meio de obras rodoviárias. Dentre elas, atualmente o país asiático assumiu a obra daquela que será uma das maiores pontes da América Latina. A construção ligará Salvador a Itaparica, um dos mais tradicionais destinos turísticos da Bahia. Além disso, terá trecho sobre a água consideravelmente maior do que o da ponte Rio-Niterói – a construção na capital baiana terá 12,4 km de extensão, dos quais a totalidade será sobre trecho aquático. Por sua vez, a Rio-Niterói, atualmente a maior da América Latina, tem 13,29 km de comprimento total – dos quais 8,8 km são sobre o mar.
A obra na Bahia deverá ter início já em 2025 e deverá ser finalizada por volta de 2030. A ideia de uma ligação entre os extremos da baía de Todos os Santos, entretanto, existe desde os anos 1960 e só agora saiu do papel. Hoje, quem sai de Salvador rumo ao sul da Bahia precisa recorrer à balsa que cruza o mar. De carro, paga-se entre R$ 60 e R$ 80 pelo trajeto, de aproximadamente 1h. Outra opção é contornar a Baía de Todos os Santos, em rota superior a 200 km e 4h de duração. Com a nova ponte, entretanto, viajar de Salvador a Itaparica levará cerca de 10 minutos.
Os chineses assinaram contrato com o governo da Bahia no final de 2020, um ano após vencerem a licitação. No modelo de parceria público-privada, serão gastos cerca de R$ 10 bilhões dos cofres públicos na obra. A estrutura sobre a água terá 12,4 km de extensão, com destaque para um trecho estaiado de 900 m de comprimento. Essa é a parte mais complexa da ponte, com uso de arranjo estaiado para permitir 85 metros de altura e 482 metros de largura.
Os cabos permitem maior espaçamento entre as colunas construídas no fundo do mar. Segundo a concessionária, haverá espaço de passagem para os maiores navios do mundo, incluindo projeções para as próximas décadas. Além disso, a obra ficará antes do porto de Salvador, de modo que poucas embarcações precisarão atravessá-la.