O Antagônico recebeu e publica abaixo uma nota de esclarecimento do deputado estadual Carlos Bordalo (PT), sobre matéria publicada nesta terça-feira,12, dando ênfase a carta do bispo Dom José Axcona, onde o mesmo faz duras críticas à Alepa e às autoridades paraenses que se recusaram a instalar uma CPI para investigar os casos de prostituição infantil no Marajó. Leia abaixo a nota de Bordalo:
RESPEITEM O MARAJÓ
Acompanho toda essa discussão nas redes sociais sobre o Marajó. Primeiro, a pauta surgiu com um propósito: ser cortina de fumaça ao depoimento do ex-presidente inelegível. O segundo ponto importante é que o Marajó é uma região belíssima, de gente trabalhadora e de muita coragem, resumir o maior arquipélago de ilhas do mundo a esse quadro narrativo é puro sensacionalismo digital.
Fico preocupado com os estereótipos criados nas redes sociais, sabemos que o Marajó precisa efetivamente de políticas públicas e muito já se avançou na garantia de direitos. Não é uma região desolada e muito menos constituída de um povo que não luta pelos seus direitos. Na época que estive à frente da CPI da Pedofilia e da CPI do Tráfico de Pessoas, denunciamos as violações aos direitos de crianças, adolescentes e mulheres na região e houve mudanças, porque o povo do Pará é sensível à causa e cobrou políticas públicas.
Não estou negando a vulnerabilidade que existe no território, mas há programas sendo executados como o Programa Cidadania Marajó, instituído pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC); Programa Avança Pará, iniciativa do governo do Estado em parceria com o Banco Mundial, voltado a combater a fome, acelerar a aprendizagem e reduzir o desmatamento no Pará e o Programa de Combate à Fome desenvolvido pelo Governo Federal, em que o Marajó foi a região que terá mais atenção.
Eu, enquanto Marajoara, acho lamentável o uso de uma pauta tão sensível como esta ser usada para flashes midiáticos de grupos, que nada fazem e nem nunca fizeram pelo povo do Marajó. Não será mais um CPI que vai resolver os problemas civilizatorios do Marajó, mas de implementação de políticas públicas na área da educação, saúde, saneamento básico, cultura, comunicação, ou seja, direitos fundamentais.
Deputado Carlos Bordalo