O presidente francês, Emmanuel Macron, desembarca na capital paraense na próxima terça-feira, 26. Macron visitará o Brasil com o objetivo de estreitar as relações bilaterais entre os dois países, em meio ao estranhamento recente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por posições antagônicas sobre o acordo União Europeia-Mercosul. Ao contrário das visitas tradicionais de outros chefes de Estado, em que o visitante é recebido pelo presidente apenas em Brasília, Lula irá acompanhar Macron em Belém, na primeira parte da visita, e no Rio de Janeiro, no segundo dia, antes da visita de Estado na capital federal.
Macron, que antes de chegar na terça-feira ao Brasil passará pela Guiana Francesa, deverá visitar, com Lula, uma unidade de conservação no Pará e uma comunidade ribeirinha na capital paraense, que será sede da COP 30 em 2025. Existe ainda a possibilidade de encontro com lideranças indígenas. Por enquanto, boa parte da agenda no Pará ainda está em aberto. No Rio de Janeiro, os dois presidentes irão ao porto de Itaguaí para o lançamento do terceiro submarino fruto de uma cooperação técnica entre França e Brasil.
A visita terminará em Brasília, onde Macron será recebido por Lula no Palácio do Planalto para a visita de Estado, depois terá um almoço no Itamaraty e, à tarde, será recebido pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Lula e o presidente francês desenvolveram um relacionamento amigável ainda antes da eleição presidencial brasileira, quando, em 2021, Lula foi recebido com honras de chefe de Estado por Macron durante visita a Paris.
Macron foi um dos primeiros chefes de Estado a telefonar para Lula depois de confirmado o resultado das eleições, e chegou a prometer uma visita ainda no primeiro trimestre de 2023, o que acabou não se confirmando por problemas de agenda. Recentemente, no entanto, houve divergências públicas de posições entre os dois presidentes, especialmente em relação ao acordo Mercosul-UE. Acossado pela pressão de produtores rurais franceses, Macron declarou publicamente ser contrário ao acordo, e a França vem sendo um impeditivo para a retomada das negociações.