Mais um caso grave de morte de paciente na Fundação Santa Casa de Misericórdia em Belém. De acordo com denúncia encaminhada a O Antagônico, a paciente Naíza da Silva Santos, 24 anos, moradora de Castanhal, que estava grávida, faleceu na UTI da Santa Casa no dia 23 de junho último. O bebê morreu na barriga da mãe entre 6 e 12 horas antes do óbito da mesma.
Naiza Santos deu entrada na Santa Casa no dia 21 de junho, oriunda do município de Castanhal, onde foi levantada hipótese diagnóstica de picos hipertensivos sem sinais de hipertensão arterial naquele momento. Também foi verificado que a paciente apresentava sinais de hipertireoidismo, entretanto não estava usando os medicamentos Tapazol e Propanolol, desde o início da atual gravidez.
Após a internação na clínica obstétrica da Fundação, a paciente recebeu assistência inicialmente na triagem obstétrica e, posteriormente, na enfermaria. No dia 23 de junho, no leito da enfermaria, começou a apresentar mal-estar pela manhã, com muita falta de ar e dor abdominal.
De acordo com o relatou encaminhado a O Antagônico, por volta de 12:00 horas do dia 23 de junho, o médico plantonista Pablo, apenas recomendou a elevação da cabeceira do leito dessa paciente e administração de oxigênio nasal. Todavia , o quadro clínico de Naíza Santos continuou se agravando.
A tarde, por volta das 16:59 horas , o agravamento atingiu seu ápice, com parada cardiorrespiratória da paciente, sendo que, segundo a denúncia, o médico Pablo não soube entubar a paciente, procedimento feito então pela enfermeira Carmem. Ressalte-se que, conforme a legislação vigente, Intubação é procedimento que só pode ser executado por médico.
Ainda conforme a denúncia, no momento da intubação a paciente Carmem teria dito que estava ouvindo os batimentos cardíacos do feto. Ato continuou, a paciente foi encaminhada ao Centro Obstétrico da Fundação Santa Casa, onde foi confirmado pelo médico anestesiologista que a paciente estava em parada cardiorrespiratória.
Após realizada a cesárea, pelo médico obstetra Maurício, foi diagnosticada placenta totalmente descolada, com grande quantidade de sangue dentro do útero e o recém-nascido apresentando sinais de livedo cadavérico, (morto entre 6 a 12 horas) com abdome fetal endurecido (rigidez cadavérica). Em seguida, a paciente Naíza Santos foi encaminhada, já morta, à UTI materna da Santa Casa.
E ainda teve uma situação mais grave: apesar de toda a fatalidade, o Grupo de Terapia de Resposta Rápida da Santa Casa só deu assistência à paciente muito tempo depois, não aplicando nenhuma medida de reanimação mesmo diante de uma paciente que se encontrava visivelmente em risco iminente, com a face já totalmente roxa. Em respeito ao contraditório, O Antagônico deixa o espaço aberto para, caso queiram, os nomes citados se manifestem sobre a denúncia.