Olha só essa história: um homem, foragido de Macapá, foi preso em Senador José Porfírio. Na delegacia local ele apresentou uma certidão de nascimento, com nome de Cristiano Rocha da Silva, emitida pelo cartório de Anajás, no Marajó. Não precisou muito para os policiais perceberem que a certidão era falsa.
Adentrando mais a fundo na história, O Antagônico levantou que este não é o primeiro documento falso emitido pelo cartório de Anajás, com as digitais da cartorária Maria de Fátima Silva e Silva (FOTO). O que se diz é que o cartório é um verdadeiro balcão de negócios, onde o dinheiro compra qualquer certidão.
Não é por acaso que, mesmo sem nenhum funcionário atuando, o cartório de Anajás faturou, de janeiro a julho deste ano, mais de R$ 253 mil reais. Em buscas no portal da transparência O Antagônico detectou um crescimento anormal dos valores arrecados pelo cartório de Anajás nos últimos 4 anos. No segundo semestre de 2021 a serventia arrecadou apenas R$ 4.600 reais. Já nos dois semestres de 2022 os valores foram de R$ 5.500 e R$ 6.096 reais. Já em 2023 os valores saltaram para R$ 23.800 no primeiro semestre e R$ 102 mil no segundo, chegando a cifra de R$ 253 mil no primeiro semestre de 2024.
A resposta mais plausível para o aumento na arrecadação vem do estado do Tocantins, onde, segundo levantamento da reportagem, foram prestados os serviços do cartório de Anajás, o que é proibido por lei. E tem mais. Nossa reportagem recebeu denúncia, com farto material comprobatório, que o cartório de Anajás estaria atuando com uma espécie de filial na cidade de Palmas, capital do Tocantins. Na prática, trata-se de um esquema criminoso que estendeu suas atividades para o estado do Tocantins.
Um caso semelhante foi verificado este ano no estado do Amazonas, quando o Ministério Público detectou que um cartório da cidade de Envira, no interior amazonense, estava atuando em cidades de Rondônia. Com a palavra as corregedorias dos TJs do Pará e do Tocantins!!