Mais dúvidas do que certezas: Hélio Melo, que assumiu a presidência da junta governativa provisória da FIEPA, nomeou 42 membros no último dia 31 de outubro. Por força de decisão da Justiça do Trabalho eles terão até 90 dias para realizar novas eleições. O curioso, (e estranho), é que na lista da junta governativa constam muitos nomes desconhecidos do setor industrial, além de vários parentes dos integrantes de apenas seis sindicatos, dos 31 filiados à federação.
O papo que rola na “rádio peão” é que Eduardo Salles Oliveira, figura que há anos trava uma batalha judicial com o SESI, que pertence ao Sistema FIEPA, estaria pela frente, por trás e pelos lados do financiamento dos processos que tentam emplacar Hélio Melo na presidência após duas derrotas consecutivas para Alex Carvalho. Diante de tantos burburinhos perguntar não ofende : qual será o preço que o Sistema FIEPA, especialmente o SESI, terá que pagar por esse “apoio”?
E a foice segue cortando cabeças. O diretor da instituição foi demitido no dia seguinte à posse provisória de Hélio Melo. O diretor jurídico que acompanha o processo da disputa pelo terreno também já foi mandado embora. Diga-se de passagem que a junta foi composta para tratar de novas eleições.
O histórico de Eduardo Salles na região de Castanhal, marcado por contratos públicos e conexões políticas influentes, sugere um jogo de interesses muito maior do que uma simples disputa administrativa. Suas relações políticas e empresariais levantam questões sobre até onde vai essa teia de influências e quais as verdadeiras motivações por trás tal movimentação. E tem quem diga, sem cerimônia, que se está diante de uma tentativa de resolver uma antiga disputa financeira usando a própria estrutura da FIEPA como moeda de troca. Será ?
O fato é que o momento delicado vivenciado hoje pela FIEPA exige vigilância redobrada dos sindicatos filiados e da sociedade. Afinal, quando interesses particulares se misturam com gestão institucional alguém terá que pagar a conta. Para muitos. A autonomia sindical e a integridade do Sistema FIEPA estão em jogo e o preço dessa disputa pode ser mais alto, muito mais do que mostram as aparências.
A bem da verdade, o futuro da FIEPA está numa encruzilhada: de um lado, 22 sindicatos que escolheram, no voto, o seu presidente; do outro, uma interminável manobra jurídica que parece ter mais camadas do que se vê à primeira vista. Resta saber se a Justiça conseguirá enxergar além das filigranas processuais e identificar os reais interesses em jogo. A Conferir.