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Parazão 2025

O Parazão. A Paralização. Os Jogadores Irregulares. O TJD. A Condenação. O Remo e o Julgamento. A Multa ao Invés de Pontos 

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Nem tanto o céu, nem tanto a terra! Se prevalecer o bom senso, a celeuma envolvendo a paralização do campeonato paraense deverá se encerrar esta semana, o mais tardar semana que vem, com punição apenas de multa para os clubes que atuaram com jogadores em situação irregular. Seguindo essa linha de raciocínio apenas um clube, o Capitão Poço, por conta da contração de um jogador, seria punido com a perda de pontos.

Enquanto o rio segue seu curso, nesta terça-feira, 11, e não na quinta, como anunciado, o Tribunal de Justiça Desportiva do Pará julgará a denúncia apresentada pela procuradoria do TJD contra Remo e Bragantino, por escalação irregular de atletas. No caso do Remo, que atualmente é o líder do campeonato, o clube, igualmente Tuna e Bragantino, teriam utilizado jogadores de forma irregular, porém, apenas no banco. E é daí que poderá vir a salvação. Isso porque os atletas não entraram em campo, o que pode resultar em pena menos gravosa que a perda de pontos. Apesar da questão da idade, o que é discutível, os jogadores estão em situação regular no campeonato e devidamente inscritos no BID.

Em caso de condenação o Leão perderá 6 pontos e cairá para a 3 colocação, com 11 pontos. Some-se a isso o fato do Parazão estar paralisado, por decisão do TJD paraense, que condenou Capitão Poço e Tuna Luso na última quinta-feira, dia 6, com a perda de pontos no Campeonato Paraense 2025 e multa.

Trocando em miúdos, o fato de o TJD ter tirado pontos do Capitão Poço e da Tuna, em primeira instância, e condenar Remo e Bragantino, isso, por sí só, não garante que a decisão será mantida no Pleno do TJD e no Superior Tribunal de Justiça Desportiva. E essa incerteza custa caro aos clubes que só tem o Parazão na temporada. Excetuando o Independente que sai do rebaixamento, para os demais clubes a paralização é um péssimo negócio.

Ouvidos por O Antagônico, especialistas da velha guarda do futebol paraense apostam que a decisão de perda de pontos não deve se confirmar no STJD. Os veteranos acreditam que, com exceção do Capitão Poço, que contratou um jogador e apostou no erro, o Parazão deverá ser reiniciado em breve com punição apenas de multa para Tuna Luso, Remo e Bragantino.

“A medida de subtrair pontos dos clubes se mostra desarrazoada, uma vez que os atletas de Remo, Bragantino e Tuna não entraram em campo e apesar da questão da idade estavam regulares no campeonato e relacionados no BID. Acredito que, com exceção do Capitão Poço, a STJD terá o bom senso de punir os clubes com multa, sem alijar e prejudicar todo um campeonato”. Disse a o Antagônico um conhecido e respeitado dirigente, que já passou pelo TJD do Pará.

Entenda o caso – O Tribunal de Justiça Desportiva do Pará (TJD-PA) condenou Capitão Poço e Tuna Luso na última quinta-feira, dia 6, com a perda de pontos no Campeonato Paraense 2025 e multa. Caeté e Independente-PA, rebaixados para Série B1 do Paraense, são responsáveis pela ação. Capitão Poço e Tuna Luso, teriam escalados atletas que completaram ou vão completar 20 anos em 2025 e que estavam ainda com contrato amador. O regulamento da competição prevê que jogadores nessa idade só podem atuar com contrato profissional.

O CAP foi penalizado com a perda de 18 pontos, enquanto o Águia Guerreira teve sete subtraídos. As duas equipes irão recorrer da punição, mas caso a decisão que o TJD-PA tomou na última quinta-feira,06, seja mantida, o que é pouco provável, o Parazão sofreria alterações sensíveis. O Capitão Poço, que somou 11 pontos, terminou a primeira fase na 7ª colocação e avançou às quartas, seria rebaixado junto com o Caeté, pois o CAP ficaria com – 7 pontos.

Já a Tuna, 5ª colocada na “fase de grupos”, perderia sete dos seus 11 pontos e ficaria sem a vaga nas quartas. Sendo assim, Cametá e São Francisco ganhariam vaga na segunda fase do torneio e o Independente se livraria do rebaixamento. Veja como ficaria a tabela caso confirmadas as condenações de Capitão Poço, Tuna, Bragantino e Remo e como ficariam as quartas de final:

1 – Paysandu :17 pontos + 8 de saldo

2 – Castanhal: 13 pontos + 3 de saldo

3- Remo: 11 pontos + 13 de saldo

4 – Bragantino: 11 pontos + 5 de saldo

5- Águia: 11 pontos – 1 de saldo negativo

6 – Santa Rosa: 10 pontos – 2 de saldo negativo

7 – Cametá – 10 pontos – 5 de saldo negativo

8 – São Francisco – 6 pontos – 7 de saldo negativo

9- Independente – 6 pontos – 7 de saldo negativo

10- Tuna – 4 pontos – 0 de saldo

11 – Caeté – 3 pontos – 7 de saldo negativo

12 – Capitão Poço – 16 pontos negativos

Confrontos das quartas caso as punições sejam mantidas:

1 – Paysandu x São Francisco (adversário anterior do Papão seria o Capitão Poço)

2 – Castanhal x Cametá ( Adversário anterior do Castanhal seria a Tuna

3 – Remo x Santa Rosa ( inalterado)

4 – Bragantino x Águia ( inalterado)

Caso se confirme apenas a condenação do Capitão Poço as quartas de final ficariam assim

Remo x Santa Rosa

Paysandu x Cametá

Bragantino x Aguia

Castanhal x Tuna

Segundo o presidente do Capitão Poço, Bené Garrafão, o clube vai recorrer da decisão e caso seja necessário, irá levar o caso até o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Através do setor jurídico, representado por Mário Célio e Renan Pinheiro, a Tuna Luso comunicou que irá “até a última instância” para recorrer da punição sofrida que, no entendimento do clube, é uma “decisão absurda”.

O diretor jurídico do Leão Azul, o advogado Gustavo Fonseca, se manifestou sobre o caso que tem gerado diversas incertezas entre os torcedores. “Não há infração”, afirma inicialmente. “Penso que as desculpas são devidas por quem causou tamanho ataque ao campeonato”, prosseguiu.

No entendimento de Gustavo, há um erro na discussão entre os procedimentos já citados. “O que se está discutindo atualmente é o fato de atletas amadores precisarem de inscrição para jogar o estadual quando nem mesmo para a Copa do Brasil seria necessário. Está se colocando o regulamento do Estadual (com previsão equivocada) acima da Lei”, afirmou.

Se o regulamento permitir, por exemplo, que atos tidos como ilegais pela Lei, isso tornaria o ato legal? Óbvio que não. E quanto aos atletas? Os atletas oriundos das categorias de base possuem a prerrogativa de participar das partidas sem inscrição, até mesmo como incentivo a formação de atletas da base e um regulamento assim poderia tirar o direito desse atleta?”, indagou.

Gustavo Fonseca lembra que logo no início da temporada, o TJD se posicionou de forma favorável a alteração na inscrição de jogadores estrangeiros, sob argumentação de “adequação a legislação e ao previsto pela CBF” e questiona: “por que no presente caso também não foi assim”, citou o advogado azulino.

Por fim, o diretor remista lamentou a paralisação do Campeonato Paraense e afirma que o “campeonato perde importância, relevância e audiência” e conclui dizendo que “os clubes que receberiam metade das rendas dos jogos da fase final (contra Remo e Paysandu), estão prejudicados”.

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Jornalista responsável: Evandro Corrêa- DRT 1976