O corpo da brasileira Jenife Silva deve passar por uma nova autópsia nesta quarta-feira (16), na Bolívia. O processo vai ser feito em um instituto particular, custeado pela família da vítima, que está em Santa Cruz de La Sierra, cidade onde Jenife foi assassinada. Segundo as informações do cunhado da vítima, a medida teria sido tomada pela advogada do caso na Bolívia, com o argumento de que a Justiça boliviana provavelmente não aceitaria ou liberaria a autópsia no Brasil para confrontar o laudo inicial dado pela polícia.
Após a autópsia, o corpo de Jenife será entregue a uma funerária em Santa Cruz de La Sierra, para os procedimentos necessários e em seguida levado ao avião para o trajeto Guarulhos (SP) – Macapá (AP) – Santana (AP). O corpo deve chegar em Santana após a Semana Santa. O advogado Cícero Bordalo Jr., presidente da Comissão de Combate ao Feminicídio da Ordem dos Advogados do Brasil no Amapá (OAB-AP), acompanha o caso, em Brasília. “Estive no Itamaraty e fiz alguns requerimentos. Amanhã irei fazer contato com o membro da Corte Interamericana de Direitos Humanos […] Reunirei com os representantes do Itamaraty e das embaixadas brasileiras que ficam na Bolívia para que nós possamos acelerar e melhorar essa investigação”, disse Bordalo.
O Caso – A brasileira Jenife Silva, de 37 anos, natural de Santana (AP), foi encontrada morta em seu apartamento na quarta-feira (2) na Zona Norte de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Segundo o que foi passado pela polícia boliviana, Jenife morreu estrangulada, além de ter sofrido estupro e esfaqueamento. De acordo com as autoridades bolivianas, a mulher foi vítima de um feminicídio praticado por um adolescente de 16 anos. O caso é investigado pelo Ministério Público da Bolívia.
Uma amiga da vítima esclareceu que Jenife tinha terminado o curso de medicina em Santa Cruz, onde residiu por 6 anos, e já estava morando novamente no Amapá. A vítima retornou à Bolívia para buscar o diploma do curso. Segundo o relatório preliminar da polícia boliviana, o adolescente se apresentou na delegacia e alegou ter uma relação próxima da vítima. Em seu depoimento, o suspeito disse que durante relações sexuais com Jenife, ela sofreu um mal súbito e o mesmo fugiu em seguida.