Hoje fazem 16 anos que Walter Bandeira nos deixou. Ele faleceu em Belém, aos 67 anos, no dia 2 de junho de 2009 após complicações por um câncer no esôfago. Walter, que era locutor, pintor, professor, ator e, cantor brasileiro, que surgiu no cenário cultural regional na década de 1960. Bacharel em Filosofia, era ilho da professora Risoleta Bandeira e de Euclides Gonçalves. (irmão do jornalista e cantor Euclides “Chembra” Bandeira).
Foi crooner das orquestras de Guilherme Coutinho e Álvaro Ribeiro.Começou cantando por volta de 1967 na boate belenense Tic Tac, acompanhando o início da carreira de cantoras do primeiro time da MPB regional, como Fafá de Belém, Jane Duboc e Leila Pinheiro. Na década de 1970, em parceria com o pianista Leslie “Sam” Oliveira, professor de música de Jane Duboc, formou a banda musical Quinteto Sam & Walter Bandeira (com participação do guitarrista Bob Freitas, do baixista José Maneschy e do baterista João Moleque), que tocavam em clubes e salões de festas em Belém do Pará, como Assembléia Paraense, Tênis Clube do Pará, Pará Clube, Clube do Remo e, Tuna Luso Brasileira.
Sagrou-se na década de 1980 com o grupo Gema (junto com Bob Freitas, Nêgo Nelson, Kzam Gama, Dadadá e, Sagica),[2] badalando as casas noturnas da cidade como no bar Maracaibo, Clube do Círculo Militar, Iate Clube do Pará e,, boate La Cage. Apresentou-se inúmeras vezes no Theatro da Paz junto com Pery Ribeiro e Johnny Alf, além do Teatro Waldemar Henrique onde fez uma de suas apresentações mais memoráveis com o show “Assim”. O publicitário Pedro Galvão disse na época: “Pior que o Walter Bandeira, só a Elis Regina”. Porém sem ambições de fama a nível nacional, gravou poucos discos.
O universo de Walter era o Pará. Em 2009 Walter Bandeira teve seu primeiro registro em CD concluído. A obra intitulada “Guardados & Perdidos”, síntese de uma desejo cultivado com o pianista Paulo José Campos de Melo, com composições de Chico Buarque, João Bosco, Jaques Brél e, autorais com a música que deu nome ao CD. Walter não teve tempo de fazer seu show de lançamento. Bandeira ficou conhecido como um dos grandes cantores paraenses. Pela versatilidade de seu talento tornou-se um dos mais requisitados locutores paraenses, emprestando sua voz na produção de peças publicitárias na mídia regional, como em propagandas da marca de alimentícios Hiléia e do evento Arte Pará. Como ator, participou de espetáculos e filmes, como o longa-metragem paraense Lendas Amazônicas (1998), junto xom Cacá Carvalho e Dira Paes. Nos últimos anos era professor de voz e dicção da Escola de Arte e Dança da Universidade Federal do Pará.
Homenagens – Em 2016, familiares e amigos fizeram o projeto “Walter 75”, que ao longo do ano realizou uma série de eventos em homenagem, coordenado por Edithe junto com a arquivologista Nazaré Lima (ex-figurinista do grupo Cena Aberta). Também ocorreu em setembro do mesmo ano, a exposição “Walter Bandeira – O Canto das Aquarelas” no Museu da UFPA, mostrando o lado mais delicado do cantor que era explosão nos palcos, que contou com 60 aquarelas com temas variados, cuja visitação foi acompanhada de uma trilha sonora do cantor.[2]
Em setembro de 2016, o centro Casa das Artes, da Fundação Cultural do Pará, recebeu uma exposição com cartuns e caricaturas de diversos artistas homenageando o cantor. Em novembro de 2016, foi lançado O livro “Walter e Gema”, de autoria do professor Advaldo Castro Neto, que narra a carreira do cantor no período de 1981 a 1992 com o Grupo Gema. A emissora Rede Cultura do Pará produzindo um documentário – com um trecho exibido na exposição O Canto das Aquarelas no Museu da UFPA – que reúne entrevistas do cantor, entre outros registros da carreira como repórter.