A expectativa crescente do lançamento, pelo governo de Pequim, de um pacote de medidas de estímulo à atividade econômica, em especial, em favor do ‘combalido’ setor imobiliário chinês, forneceu suporte para a alta do minério de ferro, na sessão de quarta-feira (7). Ante a essa sinalização do gigante asiático e maior produtor mundial de aço, os contratos futuros da commodity, na bolsa de Cingapura fecharam a sessão desta quarta-feira (7) com valorização de 1,27% a US$ 107,90 por tonelada, ao passo que os contratos à vista encerraram as negociações com elevação de 1,29% a US$ 110,15 por tonelada. Já na bolsa de Dalian (China), o insumo siderúrgico subiu 0,06% a US$ 108,15 por tonelada.
No mesmo viés positivo, os futuros do vergalhão de aço ensaiaram recuperação da mínima de CNY 3.460, registrada em 25 de maio (maior baixa em três anos), chegando a CNY 3.650, em meio à percepção geral de que a demanda chinesa ‘ganhe força’ neste final de segundo trimestre (2T23). Também reforçam essa visão otimista de investidores o fator de que as importações chinesas cresceram 4,5% no mês passado, no comparativo anual, tendo em vista a perspectiva de que uma provável demanda maior de aço levaria os produtores a intensificarem a aquisição de insumos.
Ao mesmo tempo, resultados mistos de PMI da China e a respeito do investimento imobiliário no país oriental, foram acompanhados pela disposição do governo chinês de voltar a limitar, este ano, a produção de aço bruto a um nível 2,5% inferior ao registrado em 2022. Já pela visão europeia, o banco suíço Julius Bauer considerou ‘muito improvável’ a recuperação mais duradoura do minério de ferro, sob o argumento de que o mercado imobiliário chinês não deverá se recuperar de forma rápida, travando assim, uma demanda mais expressiva pela commodity e pelo aço no gigante asiático.
Em que pese ‘às renovadas esperanças’ de uma reação mais acentuada por parte do setor imobiliário chinês, a instituição financeira helvética observa ‘relutância’ do governo de Pequim, em favor de medidas de incentivo nessa direção. “As importações de minério de ferro ainda estão acima da média de cinco anos, mas interpretamos isso como um sinal de reabastecimento de estoque, não de fortalecimento da demanda. Enquanto isso, as exportações de aço estão nos níveis mais altos em mais de cinco anos, sustentando nossa avaliação da fraqueza da demanda doméstica”, destaca Carsten Menke, chefe de pesquisa de próxima geração do banco suíço.