Aportou na Delegacia Especializada em Investigação de Estelionato e Outras Fraudes uma cabeluda denúncia envolvendo arraias graúdas da Agência de Defesa Agropecuária do Pará, ADEPARÁ. Estamos falando de desvio de mercadoria apreendida em uma barreira da Polícia Rodoviária Federal.
De acordo com a ocorrência um veículo da empresa W&N Exportação, foi parado na Barreira da PRF. O carro transportava 16,5 kg de Pescada Amarela;80 kg de Corvina e 300 kg de Barbatana Seca, totalizando o valor de R$ 35.320.000 (trinta e cinco mil, trezentos e vinte reais. Segundo o denunciante, os agentes da PRF acionaram os fiscais da ADEPARÁ para checarem a documentação da mercadoria. E foi ai que o caldo entornou.
Sob a alegação que o pescado não tinha documentação sanitária, os fiscais apreenderam a carga para “incineração”. E não é só isso . O depoente afirmou na DIOE que no Termo de Apreensão, lavrado pelo fiscal Roosevelt de Souza Olortegui, o total dos produtos aprendidos é divergente do constante na nota fiscal da empresa. No Auto de Infração consta 49 kg de Pescada Amarela; 320 kg Barbatana, ou seja, 54 kg a mais do que consta no relatório da empresa.
Ainda de acordo com o denunciante, todo o pescado foi retirado do caminhão da empresa e embarcado em uma caminhonete da ADEPARÁ, de placa QEP 6559, seguindo para local incerto e não sabido. Em seu depoimento, o motorista da empresa foi categórico ao afirmar que o pescado apreendido pelos fiscais não foi apresentado na sede da ADEPARÁ em Santa Maria do Pará ou na Delegacia de Polícia da Cidade.
Depois da apreensão, o denunciante manteve contato com a sede da ADEPARÁ em Belém, mantendo contato telefônico com Adriele Carolina Franco Cardoso, Diretora de Defesa e Inspeção Animal, em exercício. Adriele teria lhe dito que a mercadoria já havia sido incinerada. E ai vem a questão, como pode um material apreendido, não perecível, ser incinerado em tempo recorde ?
Mas existem muito mais broncas rondando a ADEPARÁ e sua diretoria. Vídeos e áudios enviados a O Antagônico apontam para um grande esquema criminoso existente dentro da Agência. Dentre os ilícitos estariam falsas incinerações de mercadorias e desvio de material apreendido para ser vendido a terceiros pelos próprios fiscais.
Em um dos áudios, um homem acusa Jeferson Pinto de Sousa, Diretor de Defesa e Inspeção Animal, de ser o comandante do esquema. Na gravação, o homem afirma que a ADEPARÁ está cheia de “bandidos”, que estão roubando trabalhadores.
Em um vídeo, a pessoa que seria o diretor da empresa que faz a incineração de material apreendido dá a entender que existe muita coisa mal explicada. Ouça os áudios e assista o vídeo: