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Descaso

A Enfermeira. O Câncer Agressivo. A Unimed Belém. O Atraso e o Descaso 

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O ANTAGÔNICO publica abaixo um depoimento comovente da paciente Rosa Regina Soares dos Santos, portadora de um câncer agressivo e que está travando uma batalha inglória contra a UNIMED BELÉM, para que o plano de saúde cumpra com suas obrigações estipuladas em contrato. No depoimento, a enfermeira diz que a UNIMED BELÉM está descumprindo decisão judicial ao fornecer tardiamente os remédios necessários para o seu tratamento. Leia abaixo o longo relato:

Bom dia.Mandei uma mensagem no instagram e vc solicitou que enviasse e mail com provas. Na ocasião, informei que após muito “barulho” nas redes sociais, o problema havia sido resolvido por este mês. Porém, considerando que ainda tenho mais 04 ciclos e que preciso dar voz a tantos, que como eu, estão enfrentando a mesma situação, resolvi contar minha história. Fico a disposição para caso queira contactar para mais detalhes.

Meu nome é  Rosa Regina Soares dos Santos, tenho 57 anos, Enfermeira, CPF 227.xxx.xxx-04:

Em 2018 fui diagnosticada com adenocarcinoma de reto, (tumor maligno agressivo), realizei uma cirurgia, na qual foram subtraídos 23 cm de reto. Desde então sigo em tratamento. Neste período fiz um mapeamento genético, no qual foi detectado que sou portadora da Síndrome de Linch. Esta síndrome aumenta a chance de CA de reto e em outros locais, incluindo o aparelho reprodutor e, desse modo, fui aconselhada (por já estar na menopausa) a fazer uma histerectomia em caráter preventivo.. Em 2022 fiz a histerectomia total e pra minha surpresa estava com adenocarcinoma de endométrio. Após a cirurgia fui submetida a braquiterapia (uma radioterapia de fundo de vagina). Segui nos dois acompanhamentos (onco geral e onco ginecologia)  de modo trimestral.

Em outubro de 2023, após a realização de colonoscopia, novamente diagnosticada com outro adenocarcinoma de reto (dia 05 de maio de 2023 fiz uma colono que estava normal). A opção para tratamento foi me submeter a sessões de imunoterapia com Keytruda  100 mg/4ml e Difenidrin 59mg/ml (inicialmente 07) com intervalos de 21 dias cada.

Demos entrada com a solicitação do plano de saúde Unimed Belém e o referido tratamento foi aprovado. A partir daí, a luta é fazer com que o plano compre e entregue o medicamento em tempo hábil do cumprimento do prazo.

O primeiro ciclo foi marcado para o dia 27 de dezembro de 2023 e o medicamento só chegou por volta de 12h do mesmo dia (o protocolo é entregar na véspera para que o paciente seja comunicado com antecedência)

O segundo ciclo, marcado para o dia 17 de janeiro de 2024, só foi feito dia 26 de janeiro (10 dias após a programação médica), após muita insistência e medidas legais. Fiz denúncia na ANS (protocolo 9241976 em 17/01/2024),  MP (protocolo 2401171457D1891E4A5589 17/01/2024) e tenho uma liminar desde o final de janeiro para que o tratamento seja cumprido integralmente (1ª vara de defesa do consumidor processo nº 0806568-65.2024.8.14.0301)

No dia 29 de janeiro, a CTO (clínica onde faço o tratamento) fez a solicitação do medicamento para o terceiro ciclo, o qual deveria ser dia 16 de fevereiro de 2024. Tive conhecimento que meu processo estava com a compra aprovada , mas permanece no Centro de Abastecimento e Distribuição da Unimed (CAU) setor que deveria efetuar a mesma porém não fez até o momento. Dia 15 entrei em contato com a clínica e fui  informada que meu medicamento não havia chegado. Fiz um e-mail para a ouvidoria da Unimed no mesmo dia 15 mas não  tive resposta. No di 19/01, como não obtive nenhum retorno, fui até  a Unimed e conversei na ouvidoria a qual gerou um protocolo com  uma resposta padrão. Liguei nos dias 20 e 21 e não obtive nenhuma resposta concreta. Como medida desesperada, autorizei uma amiga a postar minha situação no instagram no dia 22  e no mesmo dia postei uma mensagem para vcs. Considerando a enorme repercussão,  no dia 23 o meu medicamento foi entregue às 13:30 na CTO e no dia 26/01 (11 dias após a programação médica) realizei a infusão do mesmo.

Considerando que:

01.Tenho um câncer agressivo, uma síndrome que eleva muito os riscos de recorrência;

02. A necessidade da regularidade entre as doses (21 dias) e o não cumprimento dos prazos;

03. Os constantes atrasos no fornecimento dos medicamentos, com descumprimento de liminar judicial, configurando total falta de respeito tanto comigo, quanto com os orgãos reguladores; e

 04. Principalmente, dar voz a tantos pacientes oncológicos que como eu, estão sendo humilhados e submetidos aos desmandos da Unimed.

Solicito avaliar a possibilidade de divulgação neste conceituado meio de comunicação.

ET. São muitas as comunicações realizadas e tenho todas elas em arquivos. caso se interessem posso mostrar e ou encaminhar.

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Jornalista responsável: Evandro Corrêa- DRT 1976