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Depressão

A Fernanda Young. A Depressão. Os Pulsos Cortados na Infância. O Namorado Violento. A Asma Crônica. A Morte aos 49 Anos 

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A apresentadora e atriz Fernanda Young, falecida em 2019, teve uma vida marcada por altos e baixos. Fernanda era portadora de asma desde sua infância, sempre fazendo tratamento, mas devido a uma crise asmática intensa e repentina, nos deixou no dia 25 de agosto de 2019, aos 49 anos. A artista estava hospedada no sítio de sua família, em Gonçalves, Minas Gerais, onde sempre ia para visitá-los e descansar em meio a natureza.

Após passar mal e desmaiar no quarto, foi chamada a ambulância, que a levou para o hospital mais próximo, localizado na cidade de Paraisópolis, tendo morrido vítima de uma parada respiratória, que causou uma parada cardíaca, durante a madrugada, pouco mais de uma hora depois de sua internação na UTI. Fernanda foi sepultada no Cemitério de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, cidade onde vivia há quinze anos.

Pulsos cortados e aborto- Em 1990, Fernanda iniciou um namoro com o roteirista e escritor Alexandre de Carvalho Machado. Casaram-se em 1993. Nascida Fernanda Maria Leite Young, passou a assinar Fernanda Maria Young de Carvalho Machado. Juntos, eles tiveram as gêmeas Cecília Madonna e Estela May, nascidas em 7 de agosto de 2000, via cesariana, no Rio de Janeiro. Em 2007, grávida de uma menina, sofreu um aborto espontâneo aos quatro meses de gestação. Muito abalada emocionalmente com o episódio, decidiu, em comum acordo com seu marido, entrar na fila de adoção, paralelamente a um tratamento de fertilização, mas que não obteve êxito. Em 2010 conseguiu adotar seus dois filhos: Catarina Lakshimi, nascida em 10 de novembro de 2008, e John Gopala, nascido em 21 de julho de 2009.

Em entrevistas revelou ter sido uma criança bastante deprimida, mas sem nenhuma causa que a fizesse constantemente estar triste. Aos dez anos de idade cortou os pulsos, mas só iniciou tratamento psicoterápico aos treze anos, quando descobriu possuir dislexia. Também revelou que foi violentada aos dezesseis anos por seu primeiro namorado, e isto constituiu um trauma que a fez abandonar a escola e isolar-se.

Só aos vinte e quatro anos voltou a estudar e terminou o ensino médio, na mesma época em que foi diagnosticada com depressão, e iniciou tratamento com antidepressivos e ansiolíticos, remédios que tomou por mais de dez anos, mas decidiu manter uma vida saudável, sem medicamentos, tendo voltado para a terapia, passando a praticar exercício físico e meditação, o que atenuou os sintomas de sua depressão.

Católica desde o nascimento, em 1996 converteu-se ao hinduísmo. Em 2012, o escritor e jornalista Rômulo Zanotto publicou o romance “Quero ser Fernanda Young”, uma obra intertextual e antropofágica em homenagem à Fernanda, em que dialoga com a obra literária e audiovisual da autora.

Fernanda Young iria estrear uma nova peça, “Ainda Nada de Novo”, programada para o dia 12 de setembro de 2019, no Centro Cultural São Paulo. A peça tem temática homoafetiva, e seria estrelada por ela e sua xará, a atriz Fernanda Nobre. Pouco antes de Fernanda Young morrer, uma matéria foi publicada pela Veja SP anunciando o evento.

Trajetória – Em 1995 estreou como autora no seriado A Comédia da Vida Privada, da TV Globo. No ano seguinte, Fernanda lançou seu primeiro romance, Vergonha dos Pés, que já tem mais de 15 edições. No ano seguinte, lançou À Sombra de Vossas Asas, que conta a história de amor, obsessão e vingança entre o fotógrafo Rigel (que reaparece no livro Aritmética) e da aspirante-a-top-model Catarina, que teve os direitos comprados por uma produtora de Hollywood interessada em fazer um filme da história.

A princípio, os livros de Fernanda conseguiram boa exposição na mídia devido à sua persona peculiar, suas declarações controversas, sua obsessão com cultura pop e seu visual, construído por cabelos geralmente curtos, grandes tatuagens e, por algum tempo, ostensivas pulseiras de baquelite das décadas de 1920 a 1950.

Em 1998 lançou o romance Carta para Alguém Bem Perto, seguido pelo criticado As Pessoas dos Livros (2000). Em 2001, após o lançamento de seu quarto romance, O Efeito Urano, Fernanda retomou a carreira de roteirista de televisão, com Os Normais. O seriado seria exibido durante dois anos na TV Globo e culminaria em um longa-metragem, lançado em 2003. Fernanda também participaria dos roteiros do quadro Supersincero (2005), no programa Fantástico, e do seriado Minha Nada Mole Vida, em 2006.

Entre 2002 e 2003, Young coapresentou, ao lado de Rita Lee, Mônica Waldvogel e Marisa Orth, o programa feminino Saia Justa no canal a cabo GNT. Seus próximos livros, o romance Aritmética e a coletânea poética Dor do Amor Romântico, sairiam, respectivamente, em 2004 e 2005. Escreveu uma coluna mensal na revista Claudia.

Apresentou no canal GNT o programa Irritando Fernanda Young, programa de entrevistas com celebridades entre 2006 a 2010. Em maio de 2012, estreia no GNT o programa Confissões do Apocalipse, seguindo a linha de entrevistas com pessoas conhecidas, porém tendo como pano de fundo a previsão maia acerca do fim do mundo, em 21 de dezembro de 2012, data de sua última exibição. Em 2013, escreveu e atuou como uma das protagonistas da série Surtadas na Yoga, com 13 episódios na primeira temporada.

A série conta a história de três mulheres que fazem ioga para não surtar. As “surtadas” Jessica (Fernanda Young), Ana Maria (Flávia Garrafa) e Marion (Anna Sophia Folch) não estão em busca de sexo e de homens. São solitárias, sim, gostariam de encontrar alguém, sim, mas estão mais preocupadas em sobreviver à loucura do mundo – e à loucura própria – com independência e a consciência tranquila. Devido ao sucesso e crescimento de 115% na audiência do GNT em abril de 2014, a segunda temporada entrava no ar com mais 13 episódios.

Foi duas vezes indicada ao Emmy Internacional de melhor comédia, pelos seriados Separação?! (TV Globo, 2010) e Como Aproveitar o Fim do Mundo (TV Globo, 2012). Fernanda Young posou nua para a edição brasileira da revista Playboy, lançada em novembro de 2009.[7] Em maio de 2015, lançou seu 11º livro e o 2º de poesias de sua carreira, intitulado “A Mão Esquerda de Vênus”, pela Editora Globo. O lançamento aconteceu na Galeria Vermelho em São Paulo.

Também escreveu a nova versão do TV Mulher em 2016 para o Canal Viva. Lançou sua última obra literária, “Estragos”, em outubro de 2016. O livro, que oferece dezoito contos inéditos da artista, escritos entre 1987 e 1995, época de seus dezesseis a vinte e poucos anos de idade, convida a conhecer o ícone ainda jovem, procurando seu caminho em meio as palavras, afinando a escritora que hoje conhecemos.

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Jornalista responsável: Evandro Corrêa- DRT 1976