O Antagônico publica hoje mais detalhes sobre as graves denúncias de assédio sexual e moral de que foram vítimas a advogada e ex-secretária de planejamento e gestão de Belém, Marcia Cristina dos Santos Oliveira. Um dos acusados, sabe-se agora, é o também advogado Alberto Melo Lima, atualmente lotado na SEGEP. Nesta quinta-feira,19, O Antagônico publicou a história e os vídeos onde Marcia Cristina diz que vinha sendo vítima, desde 2019, da prática reiterada de assédio sexual.
No relato, ela diz que foi exonerada do cargo porque resolveu denunciar os assédios. Marcia Cristina diz que o secretário licenciado e candidato a vereador Claudio Puty, sabia de tudo e foi conivente e omisso. A denunciante diz ainda que o acusado usou de toda a sua influência para instaurar um PAD contra ela, o que se confirmou na semana passada, quando foi publicado internamente a instauração do Procedimento contra Marcia Cristina, a partir de um ofício da lavra do advogado Alberto Lima.
O PAD tem como presidente Pollyanna Fernanda Mota de Queirós e, como membros, Davina Bernadete Oliveira Lima e Eliana Benassuly Bogea, ironicamente três mulheres. O curioso é que foi aberto um procedimento para apurar a denúncia do denunciado, contra a vítima de assédio. E, acreditem os leitores, até a presente data, nem o prefeito de Belém e nem o secretário da pasta, determinaram a abertura de investigação para apurar denúncia de cunho sexual tendo como vítima uma advogada que até pouco tempo atrás era titular da SEGEP.
Nos vídeos, Marcia diz que existe um grupo de assediadores na SEGEP e que existe um pacto de silêncio implícito. Por conta da gravidade da situação, O Antagônico enviou todos os vídeos, bem como cópia da matéria, para o Procurador Geral do Ministério Público. Em resposta, um membro do parquet afirmou que se trata de denúncia de natureza gravíssima e que será apurado com todo o rigor!!
“O caso relatado caracteriza violência doméstica, pois envolve abuso de poder e assédio moral e sexual contra uma mulher em um ambiente de trabalho, que pode ser considerado um contexto de relação de subordinação e convivência contínua, abrangido pela Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006). Essa lei não se limita a situações ocorridas dentro do lar, mas se aplica a qualquer relação íntima de afeto, convivência familiar, ou onde exista uma relação de poder e submissão, como no caso relatado. Além disso, a omissão das autoridades responsáveis em investigar e punir as denúncias agrava a situação de vulnerabilidade das vítimas, configurando um contexto de violência institucional. Portanto, é um caso que merece ser tratado com seriedade, levando em consideração os mecanismos de proteção previstos na legislação brasileira para as vítimas de violência de gênero.”
Disse em nota o membro do MP.
Em respeito ao contraditório O Antagônico deixa aberto o espaço para, caso queira, o advogado Alberto Lima se manifeste sobre a denúncia. veja o vídeo abaixo: