Uma informação que pode ajudar o TJE do Pará: Mayã Moreno Cirino Vieira, que falsificou uma liminar se fazendo passar pelo juiz Alessandro Ozanan, titular da 1ª Vara do Juizado Especial Cível da Comarca de Belém, referente a levantamento de valores, está aplicando golpes em outra praça, mas precisamente no Rio de Janeiro.
Uma leitora de O Antagônico, que reside na capital fluminense, enviou e-mail à nossa Redação informando que Mayã Moreno, que se passa por advogada, está atuando com endereço comercial na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, na rua Senador Dantas, n.° 39, às proximidades do Teatro Municipal.
Para maior compreensão do leitor é preciso voltar no tempo: em agosto do ano passado O Antagônico publicou que a corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado do Pará instaurou uma Sindicância Administrativa Investigativa para apurar de onde surgiu uma sentença falsa, com assinatura atribuída ao juiz Alessandro Ozanan, titular da 1ª Vara do Juizado Especial Cível da Comarca de Belém, referente a levantamento de valores. E a história tem contorno de novela mexicana, envolvendo vários personagens.
Narrou o juiz à corregedoria, em um Pedido de Providências, que a tal liminar chegou ao seu conhecimento através de Regiane Dantas de Macedo Nakano, que, por sua vez, foi acionada por uma amiga, que após ter atuado como estagiária no Tribunal de Justiça do Estado do Pará encontrou discrepâncias no documento encaminhado para seu tio, por meio da advogada Mayã Morena Cirino Vieira, referente a levantamento de valores.
“Ciente de que me encontro de férias, REGIANE DANTAS DE MACEDO NAKANO contatou MILENA MORETO YOKOMISO para confirmar a informação e esta, por sua vez, procedeu ao encaminhamento do documento a este subscritor. De acordo com as informações apuradas até o momento, a patrona da causa se chama MAYA MORENA CIRINO VIEIRA e, no entanto, não foi possível encontrar registro vinculado ao nome junto ao Cadastro Nacional de Advogados.” Disse o magistrado em seu relato.
A tal liminar só não foi cumprida porque além da assinatura fraudulenta, foram identificadas outras inconsistências no documento, dentre elas a numeração do processo, que não existe no PJE. Como também não existe o número do ID. Também não existe processo cujo autor seja Diego Oliveira Caseiro vinculado à 1ª Vara do Juizado Especial Cível de Belém. E tem mais: o QR-Code constante na suposta decisão encaminha para uma página que não existe.
A leitora do RJ contou à nossa reportagem que Mayã Moreno casou-se em Belém com um militar e que o casal se mudou para o Rio de Janeiro, onde residem atualmente. O casal se separou depois que a mesma inventou uma falsa gravidez, de gêmeos. Segundo relato da leitora, a falsa advogada estaria aplicando golpes contra idosos na cidade maravilhosa.