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Celebridade

A Nara Leão. A Visita a Belém. O Iate Clube. O Último Show. O Tumor Maligno. A Morte aos 47 anos

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Muitos não sabem, mas o Iate Clube do Pará, em Belém, foi o palco do último show de Nara Leão, a musa da Bossa Nova. O show aconteceu no dia 31 de março de 1989, no restaurante “Convés”. A cantora viria a falecer no Rio de Janeiro, no dia 07 de junho, pouco mais de dois meses após a apresentação em Belém.  Mas essa não era a primeira vez que Nara visitava a capital paraense. 

Nos anos 1960, a Rhodia Brasil promovia a   Feira Nacional da Indústria Têxtil. O evento era itinerante com desfiles-show. Em 1964, ocorreu em Belém e trouxe Nara à cidade. Sergio Cabral em sua biografia da cantora diz que:

“Em junho, entrava num Caravelle da Cruzeiro do Sul para fazer a sua primeira viagem ao Norte do país e apresentar-se em Belém, no Iate Clube e na TV Marajoara, sob o patrocínio das lojas RM. Rômulo Maiorana o dono da cadeira   [sic]  Liberal, de rádio, TV e jornal**, perguntou se ela era subversiva, palavra muito usada depois do golpe militar e que era aplicada para identificar todo aquele que não concordava com o regime.

Nara respondeu: − Se cantar músicas que falam dos dramas do povo, dos seus problemas e das suas tristezas, angústias e alegrias é ser subversiva, acho que não escapo dessa classificação primária. Prefiro, porém, ser chamada de apaixonada pela alma brasileira, de procurar as raízes da verdadeira música do Brasil”.

José Serafico, no livro 1964 Relatos Subversivos – os estudantes e o golpe no Pará, traz mais detalhes sobre essa passagem de Nara:“Nara Leão, musa do movimento [Bossa Nova], visitava Belém. Participaria de desfile da Rodhianyl. Modelos desfilariam nos salões do Clube do Remo, entretendo a elite paraense. Mas foi conosco (Antonio Jorge Abelém, João de Jesus Paes Loureiro, Ronaldo Barata, Leonildes Silva e eu) que ela conheceu os lugares mais pitorescos da cidade.

No Lago Azul, após algumas caipirinhas, convidei-a a apresentar-se para os estudantes de Direito. Terminado o espetáculo, em que a pequena voz da miúda cantora e seu violão encheram o porão do prédio do Largo da Trindade, Nara confessou: fora o melhor espetáculo feito  por ela na capital paraense. Era a manhã de uma segunda-feira. Minha cara-de-pau vencera a descrença dos outros amigos”.

Morte – Em março de 1989, após retornar do Pará, a saúde de Nara piorou, com dores que não passavam nem com a medicação. A crise se deu após uma convulsão, quando a cantora precisou ser internada às pressas. Nara entrou em estado pré-comatoso e, pouco depois, em coma. Após passar um bom tempo no hospital, o tumor maligno, descoberto três ano antes, repentinamente rompeu-se, e Nara teve uma hemorragia fatal, não havendo tempo hábil para que os médicos pudessem salvá-la. A cantora morreu na Casa de Saúde São José, em 7 de junho, uma quarta-feira, ao meio-dia, e sepultada no Cemitério de São João Batista, também na capital fluminense.

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Jornalista responsável: Evandro Corrêa- DRT 1976