Uma das vítimas da queda do avião em Manicoré, no interior do Amazonas, identificada como Breno Braga Leite, de 27 anos, foi sepultada neste sábado, 28. Familiares confirmaram que o homem trabalhava como operador de retroescavadeira em garimpos na Amazônia e compartilhava a rotina profissional em uma página nas redes sociais. Breno era o único passageiro do avião, de matrícula PT-JCZ, cujos destroços foram encontrados em uma região de floresta no município do interior do Amazonas, na quarta-feira (25), após cinco dias de buscas. A outra vítima é o piloto da aeronave, identificado como Rodrigo Boer Machado. O passageiro era natural de Tucumã, no interior do Pará, mas residia em Itaituba, no mesmo estado. Ele deixa um filho de nove anos de idade.
Segundo a irmã da vítima, devido a profissão como operador de máquinas pesadas em garimpo, Breno viajava por muitas cidades e até outros países. Nas semanas que antecederam o acidente ele estaria trabalhando em um garimpo no território da Amazônia pertencente a Guiana Francesa. Nas redes sociais, Breno mantinha uma página chamadas ‘Braga Escavadeira’ onde compartilhava a rotina como operador de máquinas, além de publicar vídeos com reflexões, fotos e músicas, para quase 8 mil seguidores. Os perfis, no entanto, foram fechados recentemente.
Ana Carla é prima de Breno e relatou que o familiar tinha planos de buscar o filho, que estava com a mãe, para passar uma temporada com ele em fevereiro. Ela também reforça que Breno era emotivo e apaixonado pela profissão.
“Ele era um menino alegre e sorridente. Onde chegava ele fazia amizades. Era difícil ele ficar uma semana sem mandar mensagem. É um menino abençoado, lutador e trabalhador que realizou seu sonho que era trabalhar com máquinas pesadas. Digo que ele era um homem emocional”, contou a prima.
No ano de 2022, Breno foi vítima de um crime no interior do Pará. Golpistas usaram uma foto dele para anunciar falsas vendas de carro na cidade. O crime foi descoberto após fotos do operador de máquinas circularem nas redes sociais. Um Boletim de Ocorrência (B.O) foi registrado em 7 de janeiro daquele ano, na 19ª Seccional de Polícia Civil de Itaituba. Após os processos de reconhecimento em Manicoré, o corpo deve ser transferido para Itaituba onde será velado pela família.
O acidente- A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que o avião não tinha plano de voo registrado e não foi detectado pelos radares. O último sinal do GPS Garmin do piloto indicou uma posição ao sudeste de Manicoré. A FAB também esclareceu que o resultado final da investigação será divulgado no Painel SIPAER, disponível no site do CENIPA. Até o momento, não há informações sobre as causas do acidente ou as circunstâncias envolvendo o piloto e o passageiro.
Na sexta-feira, uma moradora da comunidade próxima ao local onde os destroços foram encontrados relatou à Prefeitura de Manicoré que, por volta das 8h, ouviu um barulho estranho vindo da aeronave. Segundos depois, ela escutou um forte estrondo.
“A gente estava tomando café, o avião vinha com uma ‘zoada’ estranha e passou rapidamente. Eu falei para o meu marido: ‘olha esse avião, parece que está falhando’. Fui olhar e, quando levantei da mesa, só ouvimos o estrondo”, contou a moradora, identificada apenas como Raimunda.