Uma escandalosa denúncia apresentada no Ministério Público vai balançar as estruturas da Secretaria Estadual da Fazenda do Pará, SEFA. Trata-se de minucioso relatório apontando a prática de nepotismo, envolvendo parentes de diretores e coordenadores contratados para um projeto da Fadesp. Os apontados são o diretor administrativo, a Coordenadora da CGRM, a diretora de arrecadação e a chefe de gabinete Deolinda Ferreira Fagundes. Todos teriam parentes agregados ao projeto da FADESP.
De acordo com a denúncia, o diretor de administração, Anidio Moutinho da Conceição, deu uma forcinha para a contratação da esposa, Maria Neide Costa Diniz. Já a diretora de Arrecadação e Informações Fazendárias Rosemary Aparecida Fernandes Nascimento, beneficiou a filha Ana Danielle Fernandez. A coordenadora da Célula de Gestão de Recursos Materiais – CRGR – Silvia Souza Nascimento Ferreira teria beneficiado o marido, Nilo Sérgio. A chefe de gabinete do secretário estadual da fazenda, Deolinda Ferreira Fagundes, teria beneficiado o genro Patrick da Silva Almeida, que exerce a função de analista da DTI, como digitador do projeto na Fadesp.
Diga-se de passagem que os padrinhos não ganham mal. Anídio Moutinho, Técnico de Gestão Agropecuária, recebe mensalmente da SEFA R$ 34 mil reais. Rosemary Aparecida, fiscal de receitas, função acumulada com o de diretora fazendária, recebe R$ 70 mil reais. Silvia Souza, assistente administrativa e coordenadora fazendária recebe R$ 16 mil reais. Deolinda Fagundes, chefe de gabinete, recebe todo santo mês R$ 17 mil reais.
O contrato em questão, firmado entre a SEFA e a FADESP em novembro de 2020, no valor de R$ 1,2 milhão, tem por objeto a contratação de instituição para prestação de serviços de apoio técnico no projeto de otimização dos processos de captação, organização e disponibilização interna das informações econômicas e tributárias da Secretaria de Estado de Fazenda do Pará. O nepotismo evidente só ocorre, segundo a denúncia, por conta da estreita relação de amizade dos acusados com o diretor da Fadesp, Roberto Ferraz.
O MPT já notificou a Secretaria Estadual da Fazenda (SEFA), a Procuradoria Geral do Estado do Pará (PGE-PA) e a FADESP – Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa. E a coisa só piora com a denúncia dando conta de que o contrato é fiscalizado por Rosemary Aparecida Fernandes Nascimento e Bernardo Janot de Mattos, sendo a primeira, não por acaso, diretora de arrecadação e Informações fazendárias. Ou seja, é a raposa vigiando o galinheiro !!