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A TV Liberal. O Debate. A Ausência de Helder. O Melhor dos Piores

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Enfadonho, capenga e sonolento. Isso é o mínimo que se pode dizer do debate dos candidatos a governador realizado na noite desta terça-feira, 27. O despreparo dos candidatos e a absoluta falta de propostas deram o tom do evento. Mas nesse quesito a culpa não fica só no campo das limitações dos postulantes ao cargo de mandatário do estado. Muito se deve também a postura pra lá de parcial da organizadora do debate: a TV Liberal, filiada a Rede Globo de Televisão.

Afinadíssima com a campanha de Helder (o diretor de jornalismo tem esposa lotada no governo),  a afiliada da vênus platinada cuidou de tudo para que a ausência de Helder, acometido por uma providencial dor de garganta, não comprometesse a campanha do governador. Nem precisava de tanta subserviência. A bem da verdade, se Helder tivesse ido talvez selasse de vez a sua vitória em primeiro turno diante da postura pífia dos quatro oponentes presentes.

Historicamente, nos debates televisivos, a disputa é pra saber quem foi o melhor. No de ontem fugindo a regra, difícil saber quem foi o pior. Comecemos por Adolfo Oliveira, um evidente fantoche plantado pelo risível Psol, que ocupou precioso tempo dos paraenses para enaltecer Lula e demonizar Bolsonaro, como se o debate fosse de candidatos à presidência.

O foco nacional de Adolfo não foi por acaso. Ele foi para um debate sabendo que não poderia falar “nadica de nada” contra o governador, aliado do prefeito Edmilson Rodrigues. Muito pelo contrário. Em algumas situações teria que defender Helder Barbalho, tarefa difícil para qualquer cristão, quiçá para um Psolista. Mas, verdade seja dita, Adolfo conseguiu divertir expectadores quando provocado por Zequinha Marinho sobre Helder ser de esquerda. “Isto seria uma vergonha para a esquerda”. Respondeu o candidato do Psol, arrancando risos dos presentes.

Muito se esperava do senador Zequinha Marinho, mas pouco se viu na prática. O senador até que tentou ensaiar falar da corrupção do governo, citando o escândalo dos respiradores e as operações da PF na gestão atual, mas não convenceu ao afirmar que se enganou ao acreditar em Helder Barbalho, cuja árvore genealógica precede a história do caboclo Plácido. Zequinha poderia argumentar tudo, menos que desconhece a fábula do escorpião e a formiga. Já o candidato Dr. Felipe, do PRTB, deu um show de despreparo, mostrando que desconhece regras básicas do jogo político, e que, apesar de formado em medicina, faltou em aulas básicas de gramática.

O menos pior da noite, se é que teve alguém, foi o candidato Major Marcony, que apesar de não conseguir falar de improviso, tendo que recorrer à leitura de perguntas e respostas, se mostrou firme ao discorrer sobre as graves mazelas da gestão Helder Barbalho, sempre focando em corrupção, tema que aliás não foi abordado, providencialmente, pela TV Liberal, que preferiu reforçar a máxima que diz que não é recomendável falar em corda em casa de enforcado. Trocando em miúdos, estando literalmente com a bola no pé e o goleiro amarrado, só um milagre da “Nazica” para tirar a faixa das mãos do filho de Jader Barbalho.

Diga-se de passagem que o debate desta terça-feira, 27, só ocorreu em Belém por conta das regras da TV Globo, que mantém este modelo em todos os estados do país. Pela vontade de Helder e do diretor de Jornalismo da TV Liberal, a exemplo de RBA e SBT, que não realizaram debates, os telespectadores da Globo no Pará não assistiriam ao evento de ontem. Contra fatos não há argumentos.

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Jornalista responsável: Evandro Corrêa- DRT 1976