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Belém. O PT. O Edmilson e a Desconfiança. As Brigas Internas. O Impasse em 5 Capitais

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Deu no Globo: Partido enfrenta indefinições sobre as eleições para prefeito em Curitiba, Fortaleza, Maceió, Belém e Campo Grande. A pouco mais de sete meses das eleições municipais, o PT enfrenta um cenário de indefinição e brigas internas em ao menos cinco capitais do país por divergências que contrapõem interesses locais e alianças nacionais. São elas Curitiba, Fortaleza, Belém, Maceió e Campo Grande. Em Belém, oficialmente o PT indica que apoiará a reeleição de Edmilson Rodrigues (PSOL), que tem a gestão mal avaliada. Mesmo assim, parte da legenda defende fidelidade ao prefeito por ter três secretarias e a vice da gestão. 

Outra ala, contudo, avalia que o desgaste de Edmilson é grande e prefere seguir com o MDB do governador Helder Barbalho. Ele articula a candidatura de seu primo, o deputado federal José Priante (MDB). Edmilson acumulou uma dívida superior a R$ 15 milhões com as concessionárias responsáveis pela coleta de lixo de Belém, o que gerou irregularidade no atendimento. Em alguns pontos da cidade, detritos ficaram empilhados nas calçadas.

Também são alvos de críticas a falta de medicamentos, leitos e remédios nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o atraso nos salários dos servidores, que ocasionou greves.

Em Maceió, o presidente estadual do PT, Ricardo Barbosa, é pré-candidato, mas parte de seus correligionários quer apoiar o nome a ser lançado pelo senador Renan Calheiros (MDB). Já em Fortaleza, o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, trava uma disputa com a deputada federal Luizianne Lins pelo posto de candidato à prefeitura. Em Campo Grande, a deputada federal Camila Jara é pré-candidata, mas o grupo do também deputado federal Vander Loubert quer compor com o União Brasil.

Em Belém, oficialmente o PT indica que apoiará a reeleição de Edmilson Rodrigues (PSOL), que tem a gestão mal avaliada. Mesmo assim, parte da legenda defende fidelidade ao prefeito por ter três secretarias e a vice da gestão. 

Outra ala, contudo, avalia que o desgaste de Edmilson é grande e prefere seguir com o MDB do governador Helder Barbalho. Ele articula a candidatura de seu primo, o deputado federal José Priante (MDB). Na capital paranaense, o impasse gira em torno do deputado federal Luciano Ducci (PSB), que comandou a cidade entre 2010 e 2013. O PT costura um apoio ao parlamentar, integrante do partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, o que desagrada a uma ala do partido que defende candidatura própria.

A reação é puxada pela deputada federal Carol Dartora e pelo deputado estadual Renato Freitas, que querem o nome da parlamentar como cabeça de chapa. Primeira negra eleita para a Câmara Federal pelo estado, a petista afirma ser vítima de violência de gênero e racismo político. O PT firmou compromisso sem conversar com os principais parlamentares de Curitiba. Ducci já foi prefeito e fez um mandato ruim.

Para fazer um enfrentamento direto com a extrema-direita, precisamos de uma candidatura mais representativa, e não de alguém que já esteve ao lado deles — diz Carol Dartora.  Segundo a deputada, sua candidatura teria o apoio de partidos como PSOL e PCdoB, com os quais Ducci também diz estar dialogando.

Ao GLOBO, o ex-prefeito afirmou ter interesse de construir uma frente ampla da esquerda na capital paranaense.— Estamos conversando bastante com partidos da frente ampla de Lula, a federação PT-PCdoB-PV, PDT, PSOL e Rede. Claro que cada partido tem sua própria discussão interna, mas estamos tentando construir uma candidatura única para ter uma melhor condição eleitoral — afirma Ducci.

Já em Maceió, o PT tenta se equilibrar entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB). Uma alternativa defendida por parte dos petistas é apoiar o nome a ser lançado por Calheiros, ainda não definido, para disputar com o atual prefeito, João Henrique Caldas (PL), apoiado por Lira. No momento, contudo, o ex-deputado Ricardo Barbosa, presidente estadual do PT, é o pré-candidato da sigla na capital alagoana.   

— Nós compreendemos que a federação (PT-PV-PCdoB) fez parte do grupo político que elegeu (o governador) Paulo Dantas (aliado de Calheiros) e Lula. Estamos sempre procurando fortalecer este bloco, a fim de chegar a uma candidatura que unifique, e porque não poderia ser a minha própria? — indaga Barbosa. 

A deputada federal Camila Jara enfrenta um dilema parecido em Campo Grande. Já se lançou pré-candidata, mas há no partido quem a pressione a deixar a disputa. Esta “oposição” tem como líder o também deputado federal Vander Loubert, que deseja compor com o União Brasil, acreditando que uma aliança com um partido mais ao centro seria uma alternativa melhor para bater de frente com o bolsonarismo local, representado pelo líder da bancada da bala, Marcos Pollon (PL).

Ao GLOBO, Camila minimiza o impasse: 

— Vander ficou preocupado com o bolsonarismo, mas agora está mais calmo. Estamos em articulação com o PSB e abrimos uma frente com o PDT.

No Ceará, a briga na família Ferreira Gomes, que movimentou a política local nos últimos meses, também provoca indefinições para o PT. Após ter rompido com o irmão, o ex-ministro Ciro Gomes, o grupo do senador Cid Gomes deixou ou tenta deixar o PDT. 

O primeiro a sair foi o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, que, diferentemente de Cid, que está no PSB, foi para o PT. Ele trava uma disputa com a deputada federal Luizianne Lins pela cabeça da chapa do partido em Fortaleza . 

Próximo a Cid, Leitão tem ainda aliados no governo federal, como o ministro da Educação, Camilo Santana, ex-governador do Ceará. Em janeiro, quando o presidente esteve na capital, recepcionou-o no aeroporto, enquanto Luizianne sequer compareceu ao principal evento.

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Jornalista responsável: Evandro Corrêa- DRT 1976