O Antagônico relembra hoje a trajetória do ator Claudio Corrêa e Castro, que morreu esquecido e na miséria, no dia 16 de agosto de 2005. Cláudio Luís Murgel Corrêa e Castro, nasceu no Rio de Janeiro em 27 de fevereiro de 1928. foi um dos recordistas de participações em telenovelas no Brasil, chegando a atuar em mais de quarenta folhetins. Ficou marcado por tipos como o Sr. Leopoldo de Força de um Desejo, em 1999; o Conde Klaus de Chocolate com Pimenta, em 2003; o Gugu de A Gata Comeu, de 1985; o Vidal de Eu Prometo; e o Arcanjo Gabriel de Deus Nos Acuda, quando atuou ao lado de Dercy Gonçalves.
Viciado em jogo, ele acabou se complicando financeiramente e então optou por morar no Retiro dos Artistas, uma moradia para atores construída em Jacarepaguá. “Tive problemas pessoais graves e não tinha para onde ir. Precisava estar num lugar como o Retiro, onde eu não gastasse nada e cuidassem de mim”, disse ele, assumindo a crise financeira.
“Sou péssimo administrador. Ganhei muito bem, mas não soube controlar meu dinheiro. Comprava tudo sem pensar. Nunca soube dizer não. As dívidas são as únicas coisas que me atormentam”.
No local, o artista recebia aulas de hidroginástica e tinha todo o apoio necessário para enfrentar os problemas de saúde pelos quais estava passando.
“É um equívoco pensar que só tem gente em estado terminal aqui. Eu também tinha muito preconceito, mas vi que o retiro não é um asilo. Vivemos com muito conforto”, assegurou o veterano, em uma entrevista concedida na época. Ele ainda afirmou que recebia visitas de seus filhos aos sábados. No entanto, ele morreu cerca de dois anos após entrar no Retiro.
Castro morreu em decorrência de uma falência múltipla de órgãos, após complicações causadas por uma cirurgia cardíaca de ponte de safena. O artista sofria de diabetes e hipertensão. Sua última novela foi Senhora do Destino (2004), na qual deu vida a Afonso, advogado de Josefa (Marília Gabriela). O artista acumulava mais de 40 anos de carreira como ator, nos quais passou por 45 folhetins.
Antes do casamento com Ayres, Castro já havia tido um casamento de oito anos com a também atriz Ileana Kwasinski (1940-1995), com quem teve um filho, Guilherme. Formado em Belas Artes e Teatro, ele foi um dos fundadores do Teatro da Praça (1958-1961) e atuou em grandes novelas como Mulheres de Areia (1973-1974), Cabocla (1979) e Eles São do Baralho (1977).