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COP 30

Davos. O Helder. A COP 30. Os 60 Mil Participantes. Os Transatlânticos. A Vila Líderes. O Setor Hoteleiro e a Especulação Imobiliária 

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Em Davos, na Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial, o governador do Pará, Helder Barbalho, disse que está de “vento em popa” um projeto de desenvolvimento de soluções inovadoras para hospedagem para acomodar os cerca de 60 mil participantes esperados para a COP 30. Barbalho disse que o governo paraense está finalizando a contratação de dois navios transatlânticos que funcionarão como hotéis flutuantes, disponibilizando aproximadamente 5 mil leitos de alto padrão.

“Adicionalmente, está firmado uma parceria com a Itaipu com investimento de R$ 224 milhões para a construção da chamada “Vila Líderes”, que oferecerá 500 quartos cinco estrelas para delegações oficiais. Já o setor hoteleiro tem se beneficiado de isenção de ICMS para  investimentos em modernização, aquisição de equipamentos e mobiliário.” Disse Helder.

O governador paraense declarou ainda que segue em articulações de parcerias com plataformas como Airbnb e Booking para ampliar a oferta de acomodações, além de, conforme divulgado na última semana, colocar em curso o plano para transformar 17 escolas públicas em hostels temporários.

“Teremos ainda uma programação estrategicamente estruturada”, disse o governador, sugerindo que estimulará uma agenda escalonada para administrar o fluxo de público na cidade ao longo das duas semanas de evento. “Os dois primeiros dias devem ser dedicados aos líderes e chefes de Estado, concentrando as demandas dos representantes de alto nível nesse período inicial”, explicou.

A expectativa é de que a expansão da rede de hospedagem deva beneficiar também municípios num raio de 150 quilômetros de Belém, distribuindo o impacto econômico do evento pela região metropolitana e interior próximo.

Especulação e reclamações – Em contraponto as questões sobre a capacidade hoteleira, crescem as reclamações relacionadas à especulação imobiliária. Marcas, empresas e organizações da sociedade civil, que tradicionalmente participam das COPs com espaços proprietários, relatam dificuldades para garantir lugares em Belém, enfrentando desde valores elevados até entraves de toda natureza para firmar contratos.

Sobre a delicada questão, o governador reconhece que o aquecimento do mercado é um fenômeno esperado nesta fase de preparação – e observado em outros países que receberam a COP. “Estamos vivendo um período de acomodação, onde algumas pessoas estão se antecipando dentro do senso de oportunidade da oferta”, observou. Para ele, o setor de serviços deve experimentar um crescimento significativo – e parece ser a sensibilização do setor de turismo neste sentido, a estratégia adotada para tentar contornar as excessivas variações de preço.

Atualmente, cerca de 2,5 mil pessoas trabalham diretamente no setor hoteleiro em Belém. No período da Conferência é esperado um aumento de 40% nas contratações. “E estamos investindo pesadamente na qualificação profissional, com 22 mil pessoas recebendo formação gratuita” lembrou o governante.

Postura dos EUA – Em relação às preocupações sobre possíveis impactos de conjunturas internacionais desfavoráveis, como a postura dos Estados Unidos em questões climáticas e as últimas ações de Donald Trump, Barbalho é cauteloso em relação ao impacto imediato.

“Precisamos aguardar para entender até onde a repercussão desta postura (do presidente americano) terá aderência ao mercado americano. São coisas completamente distintas.”, opinou.

“As companhias americanas são signatárias de compromissos em cada setor. É claro que quando você tem um presidente dos Estados Unidos, maior líder político mundial, fazendo um chamado em torno de uma agenda, ela alavanca, inclusive negativamente”, ponderou.

Contudo, o governador do Pará defende que a conexão entre economia e clima é irreversível: “as empresas já entendem que precisam incorporar os riscos climáticos em seus negócios. Por isso, entendo que a iniciativa privada terá um papel protagonista na continuidade desta agenda”, afirmou.

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Jornalista responsável: Evandro Corrêa- DRT 1976