Dando continuidade a série de escândalos registrados na gestão Helder Barbalho, O Antagônico relembra hoje a ” Operação Solércia”, deflagrada pela Polícia Federal, em junho de 2020, para apurar fraudes no contrato de aquisição de cestas de alimentação escolar para toda a rede estadual de ensino. O ponto nevrálgico da investigação aponta para fraudes num contrato de R$73,9 milhões , celebrado pelo Governo do Pará através da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc). Foram cumpridos 16 mandatos de busca e apreensão no Pará e em São Paulo. A PF apurou indícios da existência de várias empresas que estavam em nome de pessoas intermediárias, mas pertenciam a empresários que são proprietários do grupo Líder.
A investigação apurou que as empresas estavam em nomes de terceiros desde o momento que foram constituídas. Foram realizados diversos contratos com o governo do Pará, sempre vencendo licitações especialmente na área da saúde, mais especificamente, em contratos celebrados com o Hospital Regional de Salinópolis.
As buscas foram realizadas nas sedes das empresas utilizadas nas supostas fraudes, no setor de licitações da Secretaria de Educação, no Hospital Regional de Salinas (HRS) e nas residências de pessoas envolvidas na apuração. Os crimes em apuração são de associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica e crimes previstos na lei de licitações.
Uma das empresas investigadas é a Kaizen Comércio e Distribuição de Produtos Alimentícios, contratada por meio de dispensa de licitação, de responsabilidade limitada, criada em 2015 por Edson Araújo Rodrigues, filho de um dos donos do grupo Líder de supermercados e varejo, José Rodrigues. Com capital de 79 mil reais (mil vezes menos do que o valor do contrato com a Seduc), está na faixa de pequeno porte, com 11 a 21 empregados. A prestação do serviço teria sido fraudada, segundo a decisão, por uma organização criminosa composta por Nicolas André Tsontakis Morais e Cleudson Garcia Montali e membros do governo, alvos da Operação SOS. Helder Barbalho é apontado no inquérito como um dos chefes do grupo, junto dos dois operadores financeiros.