O site G1 Pará deu mais uma vexatória barrigada nesta terça-feira, 22, ao publicar matéria sobre o crime envolvendo Hélio Gueiros Neto, neto do ex-governador do Pará, Hélio Gueiros. Em chamada destacada, com todos as letras, o site afirmou categoricamente que esta semana o neto do “papudinho” iria ser julgado.
Na verdade, que o vai ser analisado é um recurso da defesa de Hélio Gueiros Neto contra a sentença de pronúncia. Em nota enviada à O Antagônico, o advogado Roberto Lauria, que faz a defesa de Gueiros informou que Tribunal de Justiça do Pará marcou para esta quinta-feira (24), às 9h, o julgamento do recurso da defesa que pede a anulação da decisão judicial que pronunciou Hélio Gueiros Neto.
O recurso será analisado pela Terceira Turma do TJE.A defesa contesta a acusação de assassinato e reforça que as perícias feitas no corpo de Renata Cardim foram unânimes em afirmar que ela morreu de causas naturais. De acordo com Lauria, se a decisão do TJE for mantida ele recorrerá ao Superior Tribunal de Justiça e ainda ao Supremo Tribunal Federal.
O caso
Em dezembro de 2020, a juíza de Direito Luciana Maciel Ramos, da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, determinou que o acusado fosse a júri popular pela morte da esposa, Renata Cardim.
Hélio Gueiros Neto é acusado pela promotoria de Justiça de ter cometido o crime de homicídio triplamente qualificado, incluindo feminicídio, asfixia e traição – quando a vítima não tem chance de defesa. Atendendo um pedido do Ministério Público do Pará (MPPA), a Justiça paraense retirou o sigilo do processo e solicitou o recolhimento do passaporte do acusado, que está proibido de deixar o país.
Conforme a denúncia oferecida pelo Ministério Público, na madrugada do dia 27 de maio de 2015, no Edifício Rio Nilo, que fica na Travessa Dom Romualdo de Seixas, Hélio Gueiros Neto teria asfixiado, por sufocação mecânica direta, a vítima, quando ela estava deitada em sua cama, após a vítima ter sido sedada, vindo ela então a óbito.
De acordo com as investigações, a autoria do crime foi comprovada por uma série de circunstâncias que denotam que o advogado teve a vontade livre e consciência de matar sua esposa, como sendo esta a única solução da incompatibilidade da vida em comum. A defesa de Hélio Gueiros Neto nega todas as acusações.
Neto foi denunciado pelo Ministério Público do Pará (MPPA) após a exumação do cadáver da esposa. A morte de Renata foi considerada, a princípio, natural, porém, o laudo cadavérico revelou que a vítima teria morrido por asfixia mecânica por sufocação direta.