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Nana Caymmi. O Filho Viciado. A Lingua Ferina. Gil. Caetano. Chico. Os Chupadores do P de Lula

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Nana Caymmi, que faleceu nesta quinta-feira,(01), não tinha papas na língua. A artista baiana, que travou uma batalha com um filho viciado em drogas,  viveu uma intensa, porém breve, relação com Gilberto Gil nos anos 1960. Décadas depois, já na reta final da vida, surpreendeu o público ao disparar críticas duras contra o ex-marido e outros nomes históricos da música brasileira por causa de política!

Em entrevista polêmica à “Folha de S.Paulo”, em 2019, ela saiu em defesa de Bolsonaro:  “É injusto não dar a esse homem um crédito de confiança. Um homem que estava f*dido, esfaqueado, correndo pra fazer um ministério, sem noção da mutreta toda… Só de tirar PMDB e PT já é uma garantia de que a vida vai melhorar”.

E foi além: “Agora vêm dizer que os militares vão tomar conta? Isso é conversa de comunista”, afirmou. Em seguida, disparou: “Gil, Caetano, Chico Buarque. Tudo chupador do p .. do Lula. Então, vão pro Paraná fazer companhia a ele. Eu não me importo”.

Nem a família escapou. Na mesma entrevista, criticou duramente suas netas por serem fãs do cantor Belo, e atacou a própria sobrinha, a cantora Alice Caymmi, por seguir o pop: “Achei que Alice ia dar mel, mas não deu”.

Filha de Dorival Caymmi e Stella Maris, a artista morreu aos 84 anos no Rio de Janeiro, após nove meses de internação na Clínica São José, em Botafogo. A cantora, uma das vozes mais marcantes da Música Popular Brasileira, deixou um legado que atravessa gerações, mas também histórias pouco conhecidas pelo grande público.

Uma delas é o casamento com Gilberto Gil, entre 1967 e 1969. A união começou pouco depois de Nana retornar ao Brasil, após viver na Venezuela com o primeiro marido, o médico Gilberto José Aponte Paoli, pai de suas duas filhas, Stella e Denise. Repatriada e recém-desquitada, Nana conheceu Gil, então um jovem artista em ascensão. Os dois se apaixonaram e passaram a morar juntos em um hotel em São Paulo.

Durante o relacionamento, compuseram a canção “Bom Dia”, apresentada por Nana no III Festival de Música Brasileira da TV Record, em 1967. Anos mais tarde, a música foi relançada por Gil em parceria com Milton Nascimento. Em “Todas as Letras”, livro de entrevistas sobre sua obra, Gil relembrou a inspiração: “A cena da mulher acordando o marido para ir trabalhar tem a ver com o fato de ela ter sido composta por mim e pela Nana Caymmi. Era a projeção inconsciente de uma imagem de nós dois; uma homenagem a nós dois”.

Outra música icônica ligada ao período é “Domingo no Parque”, escrita por Gil enquanto vivia com Nana. Segundo o cantor, a convivência com ela e as memórias da Bahia e da família Caymmi o ajudaram a moldar a composição.  O casamento, no entanto, não resistiu às pressões políticas do Brasil. Em 1968, Gil foi preso junto de Caetano Veloso pela ditadura militar. No ano seguinte, partiu para o exílio na Inglaterra — destino que Nana não pôde acompanhar, por conta da guarda das filhas. O casal se separou em 1969.

Altos e baixos – No dia 16 de dezembro de 1989, seu filho, João Gilberto, sofreu, no Rio de Janeiro, um grave acidente de motocicleta. A cantora passou o ano de 1990 dedicando-se exclusivamente aos cuidados do filho. Antes do acidente, Nana Caymmi sofreu com a dependência química do filho, que inclusive foi preso algumas vezes. Por conta desse acidente, João Gilberto sofreu traumatismo craniano e ficou quatro meses em coma. Como sequela do acidente, atualmente vive em uma cadeira de rodas e possui deficiência mental. Leia abaixo trecho de uma entrevista de Nana, concedida em 2018, sobre o vício do filho:

“Ele estava sem capacete, tinha bebido, estava fumando maconha, como fuma até hoje. Aí, aconteceu o acidente. Ficou três meses internado, em coma, teve lesões na cabeça e, hoje, age como uma criança. Vou dormir às 2h da manhã para dar remédio pro João. Digo umas dez vezes por dia para ele tomar banho, umas 15 para escovar os dentes. Sou avó com filho recém-nascido. Ele tem cinco processos e eu é que tenho que responder. João não tem discernimento do que é certo e errado. Uma vez, fiquei pequenininha diante do delegado. João falou para ele que tinha comprado maconha para outras duas pessoas. Eu enlouqueci, porque aí já é tráfico de drogas, e não só consumo próprio.  ou chamada pelo juiz, fico lá ouvindo ele falar com cara de otária. Sou o retrato da mulher brasileira. João dá bobeira, compra maconha e fuma na rua. Não sei se seria uma boa atitude eu ir lá comprar e mandá-lo fumar em casa. Isso me desgasta, me cansa profundamente. Sou a favor da liberação da maconha. Seria um descanso para mim.  Prefiro uma juventude com maconha do que essa garotada atual barbarizando nas ruas cheias de LSD. Já o internei várias vezes, mas não tem jeito. Ele parece recuperado, mas volta ao vício, esquece as coisas. Ele vê na clínica que os médicos usam remédios de tarja preta para substituir a droga. Você não faz ideia de como é o meu drama. Fico me perguntando por que preciso sofrer tanto com isso. Já não me divirto como antes, vivo em função dele. Estou à espera de um milagre”,

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Jornalista responsável: Evandro Corrêa- DRT 1976