O Amazonas é o estado que mais desmatou a Amazônia em abril deste ano, revelou um estudo feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgado na quinta-feira (29). O levantamento, feito pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), aponta que o estado lidera o ranking com 40% de área desmatada. O SAD realiza o monitoramento da região por satélites desde 2008, considerando o chamado “calendário do desmatamento”, que vai de agosto a julho do ano seguinte.
O monitoramento indicou que o Amazonas teve 93 quilômetros quadrados da Amazônia desmatados. O município que mais teve registro de desmatamento foi Lábrea, no sul do estado com 32 quilômetros quadrados de floresta desmatada. Outras três cidades do Amazonas compõe o ranking que indica que os 10 municípios com as maiores áreas desflorestadas.
Apuí: 22 km² (3º lugar)
Maués: 15 km² (4º lugar)
Manicoré: 7 km² (8º lugar)
No mesmo período de 2024 o estado teve 52 quilômetros quadrados de área desmatada. Em comparação a este ano, houve um aumento de 78%. O desmatamento detectado em abril de 2025 também ocorreu em outros estado do Norte e do Centro-Oeste:
Mato Grosso (38%),
Pará (11%),
Tocantins (3%),
Roraima (3%),
Acre (2%),
Rondônia (2%)
Maranhão (1%).
Em abril de 2025, o SAD detectou 234 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal, um aumento de 24% em relação a abril de 2024, quando o desmatamento somou 188 quilômetros quadrados. O Imazon aponta que 84% do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em assentamentos (12%), Unidades de Conservação (4%) e Terras Indígenas (menos de 1%).
O desmatamento na Amazônia Legal registrou um aumento de 17,8% de agosto de 2024 a março de 2025, de acordo com dados do monitoramento do Imazon divulgados em janeiro deste ano. No mesmo período, a degradação florestal subiu mais de 329% e bateu um recorde histórico.
O desmatamento é a remoção total da vegetação para atividades como agricultura ou pecuária. Já a degradação ocorre quando há danos parciais na floresta. Isto é, a vegetação permanece, mas sofre impactos significativos, justamente como queimadas ou extração de madeira. As imagens de satélite do Imazon mostraram que a derrubada passou de 1.948 km² entre agosto de 2023 e março de 2024 para 2.296 km² entre agosto de 2024 e março de 2025. Somente em março deste ano, o desmatamento atingiu 167 km² da Amazônia Legal, um crescimento de 35% em relação ao mesmo mês de 2024, quando foram destruídos 124 km².