O 58º Festival Folclórico de Parintins começou nesta sexta-feira (27) e segue até domingo (29), no município localizado no interior do Amazonas. Realizado há mais de cinco décadas, o espetáculo coloca frente a frente os bois Caprichoso e Garantido em uma das maiores manifestações culturais do Norte do Brasil.
Parintins, ilha situada a 370 km de Manaus, entra em clima de festa e rivalidade no mês de junho. A cidade se divide entre o vermelho do Garantido e o azul do Caprichoso. A paixão pelo boi-bumbá toma conta das ruas, famílias e até dos símbolos urbanos — como faixas de pedestres e placas de trânsito — que adotam as cores das torcidas. Neste ano, o Caprichoso defende o tema “É tempo de retomada”, abordando a resistência dos povos da floresta e a ancestralidade amazônica. O boi azul busca seu tetracampeonato inédito.
Ao longo das três noites, o boi azul abordará a luta de indígenas, negros e nordestinos, a força do povo preto na Amazônia e a importância de preservar a floresta e suas culturas. Já o Garantido entra na arena com o tema “Boi do povo, boi do povão”, exaltando a origem popular da festa e tentando conquistar seu 33º título.
As três noites trarão os subtemas “Somos os povos da floresta”, “Terra Brasileira” e “Boi do Brasil”, exaltando a origem popular do boi, a diversidade cultural da Amazônia e a resistência do povo. As apresentações acontecem no Bumbódromo, arena com formato de cabeça de boi construída especialmente para o festival. Durante as três noites, os bois se revezam na ordem das apresentações. Em sorteio realizado na última semana, ficou definido que o Garantido abre a primeira noite e encerra as duas últimas:
Sexta-feira (27):
Abre: Garantido
Encerra: Caprichoso
Sábado (28):
Abre: Caprichoso
Encerra: Garantido
Domingo (29):
Abre: Caprichoso
Encerra: Garantido
História – Criado em 1965 como uma campanha para arrecadar fundos para a construção da catedral da cidade, o Festival ganhou força com a entrada dos bois no ano seguinte. De lá para cá, o evento cresceu e se consolidou como um dos maiores espetáculos a céu aberto da América Latina, misturando arte, fé e tradição.
Apenas é possível chegar à cidade por avião ou barco. A viagem fluvial até a ilha dura cerca de 12 horas pelo Rio Amazonas. A expectativa é de que cerca de 120 mil pessoas acompanhem os festejos neste fim de semana.