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Tragédia

O Gabriel Diniz. O Hit Jenifer. O Sucesso Meteórico. O Show em Feira de Santana. O Avião. A Queda. A Morte aos 29 Anos 

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Nesta terça-feira, 27, completam 6 anos desde o brusco desaparecimento do cantor sertanejo Gabriel Diniz , que tornou-se nacionalmente conhecido pelo single “Jenifer”, o qual ficou em primeiro lugar entre as canções mais tocadas nas rádios e nas paradas de streaming do Brasil, consolidando-se como o hit do verão de 2019. A canção, segundo o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição, foi a música mais tocada no Carnaval de 2019. No YouTube, o vídeo da canção conta com mais de 307 milhões de visualizações.

Morte – Gabriel Diniz estava em Feira de Santana, na Bahia, onde fez um show na noite de domingo (26). Em suas redes sociais, ele agradeceu a recepção do público baiano. “Sempre uma alegria voltar a Feira de Santana e ser recebido com tanta alegria e com tanta energia positiva. Obrigado pelo carinho galera. Uma verdadeira multidão curtindo o nosso show. Até a próxima se Deus quiser sim”, escreveu. Após realizar a apresentação Gabriel embarcou em um monomotor Piper, modelo PA-28-180, prefixo PT-KLO, fabricado em 1974,  com destino a Maceió, Alagoas, para se encontrar com os pais e comemorar o aniversário da namorada, Karoline Calheiros, que coincidentemente completava 25 anos naquele fatídico dia.

Segundo o Corpo de Bombeiros de Sergipe, por volta das 12h40 da segunda (27), a aeronave em que o cantor viajava não estava mais no radar do Grupo Aéreo Tático do Recife. O Corpo de Bombeiros de Sergipe confirmou que foram encontrados três corpos. O piloto Linaldo Xavier, um engenheiro eletricista que se dividia entre a profissão e a aviação executiva e o co-piloto Abraão Farias. Linaldo e Abraão constam como diretores do Aeroclube de Alagoas, que era dono da aeronave.

Segundo apontamentos iniciais, a aeronave Piper Cherokee PT-KLO não poderia operar voos privados ou táxi aéreo. De acordo com os registros da Agência Nacional de Aviação Civil, o avião era destinado exclusivamente às atividades de “instrução, adestramento de voo por aeroclubes, clubes ou escolas de aviação civil”. A Aeronáutica afirmou que as causas do acidente seriam investigadas. O velório ocorreu no Ginásio Poliesportivo Ronaldo Cunha Lima, na Paraíba, e o enterro em João Pessoa, restrito para familiares e amigos.

A morte do artista repercutiu nacional e internacionalmente, incluindo veículos como Billboard, Clarín, Daily Mail, New York Daily News, People, The Sun, Daily Star, NME e AOL. Em 202º, Quase um ano após o acidente, a ANAC concluiu que o avião que caiu com Gabriel Diniz fazia táxi aéreo ilegal no Aeroclube de Alagoas e não podia fazer transporte remunerado de pessoas. A investigação foi encaminhada à Polícia Federal. Minutos antes da queda o cantor gravou um vídeo. (Veja imagem no final da matéria).

Trajetória – Natural de Campo Grande, ainda quando bebê mudou-se com a família para João Pessoa, na Paraíba, onde foi criado. Gabriel Diniz iniciou a sua carreira como músico cantando em algumas festas na UFCG, onde estudava engenharia elétrica. Reuniu-se com amigos da escola e criou uma banda de garagem, se tornando a sensação entre a juventude da cidade. Esses foram os primeiros passos da caminhada do cantor que, a partir daí, foi visto pelos empresários locais da música e foi convidado para ser vocalista de uma banda, de fato, comercial.

Aos 19 anos, se consolidou na cena nordestina com a banda Forró na Farra, em João Pessoa, pela produtora Luan Promoções e Evento, também responsável por gerir as carreiras de Wesley Safadão, Luan Santana, Zezé Di Camargo & Luciano, entre outros artistas. O sucesso marcado com a sua voz foi “O Show Terminou”. A banda Forró na Farra, comandada pelo “Playboyzão” (como era conhecido), Gabriel Diniz deu início às atividades em 11 de março de 2011, na casa de shows The Pub, no qual teve um pequeno registro em vídeo.

Além do grupo, Gabriel Diniz liderou os grupos de forró eletrônico Capim com Mel e Cavaleiros do Forró. A última, criada em 2001, conquistou mais de dois milhões de álbuns vendidos e é considerada um dos maiores fenômenos musicais do Nordeste. O cantor foi vocalista do grupo entre os anos de 2010 e 2011 e embalou com a canção “Só Quem Amou”.

Em sua carreira solo, o cantor possui seis álbum lançados: GD At The Park (Ao Vivo) (2016), GD Live (Ao Vivo) (2016), GD Verão (2016), GD (2017), Gabriel Diniz Na Ilha (Ao Vivo) (2018) e À Vontade (2019). Com o sucesso, Gabriel Diniz gravou ao lado de grandes artistas da atual cena sertaneja, entre eles Wesley Safadão (“Quem Chorava Hoje Ri”), Simone & Simaria (“Só Dá Nós Dois”), Gusttavo Lima (“É Hora de Dar Tchau”) e Jorge & Mateus (“Paraquedas”). Durante sua carreira solo, o cantor lançou três álbuns de estúdio, GD Verão, GD e À Vontade, e três discos ao vivo, GD At The Park, GD Live e Gabriel Diniz Na Ilha. Seu outro sucesso mais recente, lançado em fevereiro, foi “Safadezinha”.[9]

Seu estilo musical, uma mistura de forró estilizado com a swingueira (pagode baiano), chamava a atenção do público. Gabriel Diniz inovou ao dar destaque à percussão no forró, com o uso preponderante das congas, repiniques e surdos em suas músicas. O “Swing do GD” era como o cantor chamava seu repertório mais swingado, faixas como: Vamos pra boate, Minha cara de preocupação, Sabe de nada inocente, Balança e Wiggle wiggle são exemplos do estilo inovador do cantor.

Criado no nordeste, tinha como sua raiz musical o forró. Na maioria do seus shows, principalmente na época do São João, seu repertório final era composto por vários pot-pourri de forró pé de serra, xote, vaquejada e forró das antigas (termo utilizado para se referir a bandas de forró dos anos 90 e 2000, como Mastruz com Leite). Essa parte do show era chamada pelo próprio como “Forrozão das Encomendas” em homenagem ao amigo e influenciador Galeguinho das Encomendas. Vários pot-pourri ficaram conhecidos pelos fãs, como o da banda Magníficos, banda Forrozão Tropykália e do cantor Luiz Gonzaga. 

Além das combinações sonoras, Gabriel Diniz apresentava um visual autêntico. Numa entrevista a Rolling Stone, o cantor disse: “Veja artistas grandes como Michael Jackson, Elvis Presley, Freddie Mercury. Eles eram assim. Essa percepção mudou um pouco após os anos 1980, mas eu continuo achando que cantor tem que brilhar mesmo, causar encantamento no fã, é disso que o povo gosta”.

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Jornalista responsável: Evandro Corrêa- DRT 1976