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O Ibama. Os Servidores. A Baixa Atratividade. O Abandono da Carreira

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Um a cada seis servidores do último concurso Ibama, realizado em 2022, já abandonaram seus postos para assumir cargos em outros órgãos. O dado foi divulgado pela Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente, a Ascema Nacional. A seleção ofertou 568 vagas para efetivos. Este número, segundo a Ascema, representa 18%. “A baixa atratividade dos cargos da carreira de especialista em Meio Ambiente repercute negativamente no andamento de serviços importantes para o país, como o trabalho de fiscalização, licenciamento, planejamento, pesquisa e conservação ambiental”, disse o presidente da Ascema Nacional, Cleberson Zavaski (Binho).

Já a Associação dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Asibama), do DF, fez uma pesquisa com 801 servidores e revelou que mais de sete em cada dez funcionários se dedicam à preparação para outros concursos. Estes servidores, de acordo com a Asibama, estariam em busca da valorização profissional que não tem encontrado na atual carreira.

Segundo o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, pelo menos 500 dos 2.700 servidores do Ibama estão inscritos ou têm interesse nos novos concursos anunciados pelo Governo Federal. Um deles pode ser o Enem dos Concursos, cujas inscrições estão abertas. Agostinho confirmou os dados divulgados pelas associações, sobre abstenção da carreira, e disse que a maior parte da desistência tem sido de profissionais de nível técnico.

“O que existe de fato é que temos, pelo menos, 500 servidores disputando os concursos anunciados recentemente, por conta dos salários e da carreira existente no Ibama e no ICMbio. Esses 500 querem mudar de vida. Possuem um emprego federal com estabilidade, mas não estão contentes com a sua remuneração”, comenta o presidente do Ibama.

Para o presidente da Ascema, Cleberson Zavaski, este fator confirma a baixa atratividade da carreira. A evasão de servidores no Ibama, pela baixa atratividade da carreira, só reforça a necessidade de um novo concurso público para repor essas saídas. A ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, informou que a seleção é vista como necessária para dar vazão ao novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O órgão espera que o governo possa autorizar a nova seleção para este ano.

“São bilhões [em obras], e uma redução muito grande na quantidade de pessoas que lidam com o licenciamento, que ficam trabalhando quase que ininterruptamente. Quando eu saí do ministério, há 15 anos, deixei 1.700 fiscais do Ibama. Hoje, voltei com apenas 700, e a maioria em processo de aposentadoria ou não tendo mais condição de ir à campo”, disse.

Segundo Marina, além das novas contratações também estão em curso negociações com servidores para melhores condições de trabalho. Está marcada para o início de fevereiro uma reunião de negociação com o quadro de pessoal voltado ao setor ambiental.

Vale lembrar que o Governo Federal já indicou que novas vagas para a área Ambiental são prioritárias. A ministra da Gestão Esther Dweck comentou recentemente a respeito de novos concursos. Segundo a chefe da pasta, em 2023, o Ibama e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) ainda tinham concursos em vigor.  Por isso, não foram  incluídos na lista de autorizações para novos editais. Para 2024, mediante o orçamento disponível, os concursos para área Ambiental podem receber aval.  

“Não tenho dúvida que poderá haver. Já autorizamos um provimento adicional para as vagas e, provavelmente, vamos chamar mais no ano que vem. Neste ano, estamos com pouco dinheiro para novos concursos. Fizemos um remanejamento interno, mas, se não for neste ano, no ano que vem, sem dúvida nenhuma, será uma área que será contemplada”, disse a ministra, em entrevista ao Correio Braziliense, publicada no dia 21 de janeiro.

Os pedidos para concursos na área ambiental já estão em análise com caráter prioritário. Mesmo sem autorização formal por parte do Ministério da Gestão e Inovação, o presidente do Ibama está otimista pela realização de um novo concurso público neste 2024. Ele prevê a realização entre abril e maio deste ano. Em entrevista ao “Brasil em Pauta”, Rodrigo Agostinho reforçou o déficit de servidores do órgão.

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Jornalista responsável: Evandro Corrêa- DRT 1976