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Saudade

O João Nogueira. O João de Todos os Sambas. A Morte aos 58 Anos. O Legado Imortal 

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João Nogueira, um dos maiores sambistas do Brasil, nos deixou na madrugada do dia 5 de junho de 2000, aos 58 anos, vítima de um infarto fulminante, em sua casa no Recreio dos Bandeirantes. João vinha sofrendo de problemas circulatórios que lhe haviam causado uma isquemia cerebral dois anos antes. Esteve internado em estado grave por um bom tempo, mas conseguiu se recuperar. Sofreu nova isquemia de menor impacto no início de 2000 e outra dois meses depois.

Mas, sob observação médica, estava confiante, levava uma vida mais regrada, e ensaiava para shows que faria por aqueles dias, nos quais planejava apresentar trabalhos inéditos, além de sucessos de seu último álbum, João de Todos os Sambas, lançado em 1998 na quadra da Escola de Samba Acadêmicos da Rocinha, na favela que era homenageada no disco. Hoje, 25 anos após sua morte, sua música ainda inspira gerações. O filho, Diogo Nogueira, seguiu a profissão do pai, fazendo do samba a sua arte e inspiração.

Trajetória – João Batista Nogueira Júnior nasceu no bairro do Méier, no Rio de Janeiro, e teve contato com o samba desde muito novo. Seu pai – que lhe ensinou a tocar violão ainda criança – era violonista. Chegou a tocar com Noel Rosa e tinha amizade com grandes nomes do samba como Pixinguinha, Jacob do Bandolim e Donga.  Mas, o pai faleceu quando João Nogueira tinha apenas dez anos de idade e ele teve que ir trabalhar com outras coisas para ajudar no sustento da casa. Começou a fazer música aos 15 anos, com sua irmã, a compositora Gisa Nogueira.

Em 1958, João Nogueira passou a frequentar o Bloco Carnavalesco Labareda do Méier – do qual, mais tarde, veio a ser diretor – e a compor os sambas para o bloco. Em 1968, gravou a sua primeira composição, Espere, Ó Nega, acompanhado por um conjunto de samba que, depois, passaria a ser chamado de Nosso Samba.

Não demorou muito para que suas composições começassem a despertar a atenção de grandes nomes da música. Nessa época, conheceu Paulo César Valdez, que o levou até a sua mãe, a grande cantora Elizeth Cardoso, que gravou a composição de João Nogueira, Corrente de Aço, em 1969.   Em 1971, Clara Nunes grava seu samba em parceria com a irmã Gisa Nogueira, Meu Lema; e Eliana Pittman faz muito sucesso e chega aos primeiros lugares nas rádios   com sua composição Das 200 Pra Lá, fazendo João ganhar repercussão internacional.

Antes de lançar o seu primeiro disco solo, João Nogueira ainda gravou um LP coletivo intitulado Quem Samba Fica. Na contracapa, o locutor e descobridor de talentos Adelzon Alves  dizia: “É mais um João que veio diferente no cantar samba e fazer verso. É mais uma reza forte nas quebradas, meu compadre.”.

No ano de 1972, João Nogueira lançou seu disco de estreia, que trazia seu nome como título e trazia suas composições: Alô Madureira, Morrendo em Versos, Beto Navalha, Mariana da Gente, Meu Caminho e Blá, Blá, Blá. Mas foi com o lançamento do disco E Lá Vou Eu, em 1974, e a gravação do sucesso Batendo à Porta, sua parceria com Paulo César Pinheiro – seu parceiro mais constante – que o som do artista estourou em todo o Brasil.

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Jornalista responsável: Evandro Corrêa- DRT 1976