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O Minério de Ferro. A China. Os Contratos de Insumo e a Queda

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A persistência das preocupações com relação à ‘fragilidade’ do setor imobiliário da China inverteu a trajetória de ganhos da semana passada e pesou muito no viés de baixa, apresentado pelo minério de ferro com teor de 62% de ferro (no norte chinês) na sessão desta segunda-feira (22), que desvalorizou 3,3% a US$ 104,85 a tonelada, apontou o índice Platts, da S&P Global Commodity Insights.

Neste caso, a commodity registrou desvalorização de 1,6% neste mês e perdas acumuladas de 10,7% no ano. Idêntica tendência negativa foi observada na bolsa de mercadorias e futuros chinesa de Dalian, em que os contratos mais negociados do insumo siderúrgico caíram 2,7% para 716 yuan ou US$ 103,60 a tonelada.

Descrevendo uma ‘montanha russa’, depois de valorizarem 6% na semana anterior os preços da commodity para junho próximo, na Bolsa de Cingapura, estes recuaram até 3,4%, para US$ 101,80 a tonelada – menor valor, desde 15 de maio. Assim como o minério de ferro, igualmente o aço e outros itens siderúrgicos amargaram perdas, nesse início de semana.

A alta volatilidade do minério de ferro decorreria da frustração do mercado com relação ao ritmo ‘mais lento’ de valorização dos preços das residências na China, reforçado pelo fato de que os investimentos e vendas imobiliárias locais apresentaram queda acentuada. Tais fatores contribuíram para elevar o grau de incerteza quanto à capacidade de recuperação do setor imobiliário, maior responsável pela demanda de aço e, em última análise, para a retomada econômica do gigante asiático.

Na tentativa de ‘aplacar’ maiores perdas pelo setor, o primeiro-ministro chinês Li Qiang anunciou que Pequim ‘tomará mais medidas, no sentido de expandir a demanda doméstica e estabilizar a demanda externa, tendo em vista consolidar a recuperação econômica sustentada do país’.

Para o diretor administrativo da Navigate Commodities, Atilla Widnell, “um dos principais problemas com os ralis movidos pelo sentimento é que eles são incrivelmente frágeis, a menos que os fundamentos se recuperem mais cedo ou mais tarde –o que é altamente improvável por enquanto”.

Na contabilidade do mercado, a matéria-prima da siderurgia já acumula uma queda de 5%, desde a última quinta-feira (18), reduzindo em muito qualquer expectativa de elevação da demanda neste segundo trimestre no país asiático, maior fabricante mundial de aço.

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Jornalista responsável: Evandro Corrêa- DRT 1976