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Maré Segura

Os 7 da Família Quaresma. O Contrabando. O Crime Organizado. A PF. A Prisão em Paramaribo. O Desembarque em Belém

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O Antagônico revela hoje, com absoluta exclusividade, que uma família inteira, residente em um condomínio de luxo de Belém, desembarcou na capital paraense na quinta-feira,10, em um avião da Polícia Federal. E do aeroporto foram levados direto para o presídio. Explica-se: os cinco membros da família Quaresma eram foragidos da operação Maré Segura e seus nomes estavam no alerta vermelho da Interpol.

Os sete acusados, Maria do Socorro Viegas Quaresma, Daniel Quaresma de Oliveira, Manuel de Jesus Ferreira Quaresma, Jairo Viegas Quaresma, Charles Viegas Quaresma, Jaime Viegas Quaresma e Jeferson Viegas Quaresma foram localizados e presos na quarta-feira, 09, em Paramaribo, capital do país vizinho, pela polícia do Suriname com o apoio do Judicial Intervention Team (grupo de investigação ligado à Procuradoria Geral da República, a PGR), após trabalho de cooperação policial internacional com a PF.

De acordo com as investigações, eles transportavam e distribuíam mercadorias proibidas vindas do exterior, utilizavam embarcações e terminais logísticos, em atividade organizada, e usurpavam os pagamentos dos tributos devidos e colocavam em risco a saúde pública brasileira.

Todos são foragidos da Operação Maré Segura e que se encontravam foragidos no Suriname, país que faz fronteira com a região Norte do Brasil. A ação ocorreu graças a cooperação internacional com a polícia local. O trabalho de cooperação foi possível, entre outras ações, pelo trabalho do adido da PF no Suriname. O agente foi responsável por conversar pessoalmente com as autoridades locais para pedir amparo, o que contribuiu para tornar a operação bem-sucedida.

Maré segura – A Receita Federal, em ação conjunta com a Polícia Federal, deflagrou na terça-feira (11/06) a Operação Maré Segura, com o objetivo de desarticular organização criminosa especializada no contrabando, no transporte e na distribuição de cigarros e mercadorias contrafeitas para empresas varejistas e atacadistas localizadas em diversos estados do país.

De acordo com as investigações, pelo menos quatro grupos organizados do estado do Pará eram responsáveis pela internalização no Brasil de cigarros contrabandeados e mercadorias contrafeitas oriundas principalmente do Suriname, Paraguai e Caribe, além da logística de entrega dessas mercadorias de forma clandestina em pontos da costa de municípios localizados em estados da região Nordeste do país. Posteriormente, empresas varejistas e atacadistas eram abastecidas com essas mercadorias, que por serem fruto de contrabando, não tinham os tributos devidos recolhidos.

Também foram identificados padrões de sonegação fiscal e possível lavagem de capitais, como a constituição de empresas com sócios sem lastros econômicos-fiscais para a integralização do capital social, e movimentações financeiras elevadas sem lastro financeiro que justifique tais operações. Verificou-se ainda que para dificultar o rastreio de transações bancárias, o grupo realizava diversas operações em espécie e de forma fracionada e há indícios de patrimônio não declarado à Receita Federal. No ano de 2023 e no primeiro trimestre de 2024, a Receita Federal contabiliza a apreensão de 213 milhões de maços de cigarros/similares, o que corresponde a aproximadamente R$ 1,1 bilhão.

As investigações revelaram que as cargas de cigarros vinham de três principais regiões: Paraguai, EUA e Leste Europeu. Produtos eletrônicos contrafeitos, ou seja, “piratas”, provinham da China. Para os cigarros do Paraguai, a rota incluía exportações via portos do Uruguai até o Suriname, e daí para o Brasil. Já os cigarros oriundos dos EUA e da Europa passavam por países do Caribe, como Barbados, Trinidad e Tobago, Antígua e Barbuda e Granada, antes de chegarem ao Brasil.

Foram cumpridos, à época, 4 mandados de prisão. Também foi determinado o bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 52 milhões, além da suspensão da atividade comercial de 10 empresas. A Receita Federal participou das ações com 15 Auditores-Federais e Analistas Tributários.

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Jornalista responsável: Evandro Corrêa- DRT 1976