A Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) emitiu nota pública manifestando preocupação com o anúncio do governo dos Estados Unidos de impor tarifas de 50% aos produtos brasileiros. Para a indústria paraense, a medida acende um sinal de alerta, considerando a relevância estratégica das relações comerciais entre Brasil e EUA, bem como os impactos diretos para a economia do nosso Estado.
A decisão traz incertezas significativas para o ambiente econômico, especialmente em estados exportadores e importadores como o Pará, onde as relações comerciais com o mercado norte-americano têm papel relevante para a atividade industrial e para a geração de empregos e renda.
De janeiro a junho deste ano, 36% dos produtos importados pelo Pará vieram dos EUA, totalizando US$ 466 milhões, um crescimento de 62,36% em relação ao mesmo período de 2024. Entre os principais itens importados destacam-se: hidróxido de sódio (soda cáustica), gás natural liquefeito, dumpers para transporte de mercadorias e coque de petróleo calcinado.
Nas exportações, os EUA representaram 5,2% do total da balança comercial paraense no primeiro semestre, com um valor total de US$ 569 milhões, registrando avanço de 43,08% sobre igual período do ano anterior. Entre os principais produtos exportados pelo Pará ao mercado norte-americano estão alumina calcinada, ferro fundido bruto não ligado, hidróxido de alumínio e alumínio não ligado.
Atualmente, o Pará ocupa a 8ª posição entre os estados que mais exportam para os EUA e a 12ª posição entre os que mais importam. Entre os municípios paraenses, destacam-se nas vendas para o mercado norte-americano Barcarena, Marabá, Breu Branco, Castanhal e Redenção. A FIEPA se mantém alinhada ao posicionamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), reforçando a defesa de uma conversa diplomática contínua e eficiente para reverter a decisão. Entendemos que não há fundamentos econômicos que justifiquem essa medida extrema, que pode gerar prejuízos severos para cadeias produtivas integradas entre os dois países.
“Reitera-se a defesa de que medidas comerciais devem ser precedidas de amplo diálogo diplomático e negociação entre os países, buscando sempre alternativas que permitam mitigar impactos negativos ao setor produtivo, manter a segurança jurídica dos negócios internacionais e preservar as relações comerciais estabelecidas ao longo de décadas. O mais importante, neste momento, é garantir a soberania nacional aliada à intensificação do diálogo, visando preservar uma relação comercial que historicamente é complementar e estratégica tanto para o Brasil quanto para os Estados Unidos.”
Dia a nota, reafirmando a necessidade de que as tratativas priorizem negociações construtivas, com soluções capazes de manter empregos, investimentos e o desenvolvimento industrial, sem grandes impactos à economia brasileira e, principalmente, ao nosso Estado do Pará.