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Derrota

Os Novos Gestores. O Derretimento da Esquerda. O Crescimento da Direita

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A nova composição das prefeituras escancara a maior derrota eleitoral da esquerda nos últimos 20 anos, tendo vencido a disputa em apenas 750 prefeituras. Enquanto isso, partidos de direita e centro direita elegeram mais de 4,5 mil prefeitos.

Nas capitais, a derrota da esquerda também foi acachapante: apenas João Campos (PSB), em Recife, e Evandro Leitão (PT), em Fortaleza, vão comandar as cidades mais importantes de seus estados. É o pior resultado para esse campo político desde a volta das eleições diretas para prefeito, em 1985, quando havia conquistado quatro capitais. Número repetido em outras disputas eleitorais.

O MDB e o PSD vão controlar mais de um terço do caixa das prefeituras brasileiras, R$ 489 bilhões (38%). Com a reeleição do prefeito Ricardo Nunes em São Paulo, o MDB será responsável por gerir R$ 254 bilhões dos orçamentos municipais (19,7%), enquanto o PSD, do prefeito reeleito Eduardo Paes, do Rio, gerenciará R$ 234 bilhões (18,1%). Além de São Paulo, o MDB também governará as capitais Porto Alegre, Belém, Boa Vista e Macapá, que somam R$ 22 bilhões. O PSD também reelegeu prefeitos em outras capitais, como São Luís, Florianópolis, Belo Horizonte e Curitiba.

Ao todo, a legenda liderada por Gilberto Kassab estará à frente de 37,3 milhões de brasileiros por meio de prefeituras a partir de 2015 – oito anos atrás, o número de pessoas sob gestão do partido era cerca de três vezes menor (13,4 milhões). Ao todo, o PSD terá 891 prefeitos e prefeitas. O MDB, 864 prefeituras.

Votos – Apesar de não ocupar o primeiro lugar em número de prefeitos eleitos em 2024, o PL foi o partido que recebeu o maior número de votos para seus candidatos ao comando dos municípios: a sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro alcançou 15,6 milhões de votos no primeiro turno e outros 4,3 milhões no segundo, totalizando 19,9 milhões de eleitores. O PT, do presidente Lula, ficou na sexta posição. Em segundo e terceiro lugares estão os dois partidos com maior número de prefeituras: o PSD, com a soma de 16,5 milhões de votos nos dois turnos, e o MDB, com 19,2 milhões.

Mulheres- As prefeituras de 727 cidades serão chefiadas por mulheres a partir de 2025, o que corresponde a cerca de 13% dos 5.569 municípios brasileiros. São 64 prefeitas a mais do que em 2020, um aumento de um ponto percentual. Num universo de 102 candidatos no segundo turno, elas eram apenas 15. Apesar de compor maioria no eleitorado brasileiro, as mulheres ainda não conseguiram chegar perto da tão sonhada paridade na representação política. Quando a análise é sobre a raça dos candidatos mais votados, houve pouca mudança em relação às eleições municipais de 2020. Este ano, quase 66% dos eleitos são brancos, seguidos por 33,6% de pardos e pretos. Em 2020, 67% eram brancos e 32%, negros.

Balanço nas capitais – O PSD e o MDB comandarão cinco capitais cada. O maior salto, porém, foi dado pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Sem eleger prefeito nessas cidades em 2020, o PL conquistou quatro desta vez. Além de liderar no número de prefeituras, o MDB elegeu o prefeito da maior metrópole brasileira, São Paulo. Ricardo Nunes ganhou como vice em 2020 na chapa do tucano Bruno Covas, falecido em 2021. Desta vez, porém, ele venceu como cabeça de chapa.

Paralelamente, o PSDB continuou seu processo de derretimento. Em 2016, os tucanos alcançaram a vitória em sete capitais. Na eleição seguinte, o número caiu para quatro. O partido não elegeu chefe de Executivo municipal nas sedes estaduais. O mesmo aconteceu com o PDT, que também passou o ano zerado, depois de ter feito quatro prefeitos em 2016. O PT, ganhou apenas com Evandro Leitão em Fortaleza.

Duas prefeitas – Nas 26 capitais estaduais, nenhum prefeito preto assumirá. Seis se autodeclararam negros. Apenas duas mulheres – Emilia Correa (PL), em Aracaju, e Adriane Lopes (PP), em Campo Grande – foram empossadas. Ao todo, 16 foram reeleitos. Deixarão os cargos após fracassarem na reeleição Edmilson Rodrigues (Psol), em Belém; José Sarto (PDT), em Fortaleza; Dr. Pessoa (PRD), em Teresina; e Rogério (Solidariedade), em Goiânia.

Reeleição – De cada dez prefeitos que buscavam a reeleição, oito tiveram êxito em sua empreitada. A taxa de sucesso, de 81%, é recorde, e supera o registrado em 2020, ainda na pandemia, quando 64% dos prefeitos que tentaram a reeleição venceram. Desde que a renovação do mandato se tornou possível, em 2000, o menor índice de reeleição foi alcançado em 2016, com 49%.

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Jornalista responsável: Evandro Corrêa- DRT 1976