Santarém, no oeste do Pará, com 306 mil habitantes, ocupa a 3ª posição entre as piores condições de saneamento. A cidade, hoje sob a gestão do emedebista Nélio Aguiar, fica atrás somente de Macapá (AP) e Porto Velho (RO). Os números são do Estudo do Instituto Trata Brasil, elaborado a partir de dados do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), que analisou as condições de saneamento das 100 cidades mais populosas do Brasil e listou as 20 melhores e as 20 piores no Ranking do Saneamento Básico. Nas primeiras posições de melhores do Ranking aparecem cidades do Sudeste e Sul do país. Santos (SP), Uberlândia (MG), São José dos Pinhais (PR), São Paulo (SP) e Franca (SP) encabeçam a lista.
De acordo com o Instituto Trata Brasil, nos últimos oito anos do Ranking, 30 municípios distintos chegaram a ocupar as 20 piores posições. Desses, 16 estiveram nas últimas colocações em pelo menos sete edições; 13 municípios se mantiveram desde 2015 dentre os últimos colocados, sendo três localizados no Pará, e três no estado do Rio de Janeiro. Além disso, Santarém (PA), Porto Velho (RO), Ananindeua (PA) e Macapá (AP) estiveram sempre nas 10 últimas colocações dentre as 100 maiores cidades do país.
Em Santarém, investimentos em esgotamento sanitário foram realizados ao longo dos últimos anos, mas ainda estão muito longe do ideal. Nos bairros periféricos, nas ruas não pavimentadas os moradores convivem com esgoto a céu aberto. E por toda a cidade, são rotineiros os problemas com abastecimento de água. Tubulações antigas, rompimento de adutoras e queima de bombas deixam moradores de áreas populosas por dias sem água nas torneiras.
Velhos problemas – O estudo mostra que a ausência de acesso à água tratada atinge quase 35 milhões de pessoas e 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto, refletindo em centenas de pessoas hospitalizadas por doenças de veiculação hídrica. O estudo também mostra que enquanto 99,07% da população das 20 melhores cidades têm acesso a redes de água potável, só 82,52% da população dos 20 piores municípios têm o serviço. A porcentagem da população com rede de coleta de esgoto é ainda mais desigual: 95,52% da população dos 20 melhores municípios têm os serviços, e somente 31,78% da população nos 20 piores municípios são abastecidos com a coleta do esgoto. No quesito esgoto, nas cidades avaliadas, somente 50% do volume gerado recebem tratamento. “Isto é, mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza diariamente”, destacou o Instituto Trata Brasil.
Em relação ao atendimento total de água, os dados mostram que há um total de 22 municípios que possuem 100% de atendimento total de água e outros 18 com valores de atendimento superiores a 99%, estando todos com serviços universalizados de acordo com o Novo Marco Legal do Saneamento Básico. O indicador médio de atendimento dos 100 maiores municípios é 94,92% e mostra um pequeno progresso frente ao índice de 94,19% observado no SNIS anterior (ano-base 2021). No geral, os municípios considerados possuem níveis de atendimento em água superiores à média brasileira total, que, de acordo com os dados do SNIS (ano-base 2022), foi de 84,20%.