O fórum de Santarém será palco, na próxima quinta-feira,19, do início de um julgamento de grande repercussão. No banco dos réus estarão, Deive Tapajós Henriques, Elizenil Ton Ferreira da Silva, Paulo Henrique dos Santos Silva, Raimundo Alessandro Vieira Pereira e Jeremias da Silva Vasconcelos, acusados da prática dos crimes de tortura tentativa de homicídio. De acordo com a denúncia do parquet, os acusados fazem parte da facção criminosa denominada Comando Vermelho e seriam os controladores do tráfico no bairro do Juá.
O Júri está previsto para ocorrer em dois dias (19 e 20 de outubro) e será presidido pelo juiz titular da 3ª Vara Criminal de Santarém, Gabriel Veloso de Araújo. A acusação ficará a cargo do Promotor Diego Libardi Rodrigues. Na defesas dos acusados atuarão os advogados Jadson Soares da Silva, (acusado Paulo Henrique Santos da Silva), Igor Célio de Melo Dolzanis (acusado Raimundo Alessandro Vieira Pereira), Apio Paes Campos Neto e Gabriela Nascimento Campos (acusado Jeremias da Silva Vasconcelos), Ana Caroline Lopes da Costa Damasceno(acusado Deive Tapajós Henriques). A advogada Jane Telvia Amorim, defensora pública, atuará na defesa dos acusados Sebastião Andrade Pereira e Elizenilton Ferreira da Silva.
Narra a peça acusatória do Ministério Público que no dia 18 de abril de 2022, a vítima Edivaldo Saraiva da Silva, conhecido por “Macaxeira”, estava trabalhando na construção de uma fossa em uma casa situada na Quadra 21 do Bairro Bela Vista do Juá, quando, por volta de 12h00, suspendeu suas atividades e saiu do local para buscar almoço. Nesse momento,, quando estava chegando ao seu destino, próximo ao estabelecimento comercial denominado “Estância do Jucá”, um veículo Fiat Argo, cor branca, aproximou-se e estacionou ao seu lado. Dentro do automóvel estavam os denunciados Elizenilton,(Nino), Paulo,(Paulinho) e Jeremias, (Jeco, condutor do veículo), além da pessoa conhecida por “Profeta” e dois “soldados do tráfico”, os quais, ameaçando-o de morte, obrigaram-no a adentrar no veículo e continuaram o trajeto com destino a uma área do bairro conhecida como “Favela”.
Já na “Favela”, em um terreno baldio, os denunciados passaram a acusar Edivaldo (Macaxeira) de ter furtado a casa de um deles, subtraindo botija de gás, um aparelho televisor, uma geladeira etc. Com a intenção de obter a confissão da autoria do furto e a indicação de onde os bens estavam guardados, todos lesionaram-no intensamente com golpes de enxada, pá e perna manca.
Diante da negativa de “Macaxeira”, os criminosos chamaram ao local o denunciado Raimundo Alessandro, conhecido como “Capoeira”, chefe do grupo, para que os orientassem. “Capoeira”,, então, mandou que “ dessem um fim ” na vítima, pois não queria “ problemas com a polícia ” .
Depois da ordem recebida, utilizando uma enxada, os criminosos quebraram os braços e as pernas da vítima, ato praticado por Paulo e Sebastião. Os atos de selvageria foram filmados pelos homicidas. Acreditando que “Macaxeira” já estava morto, os criminosos acionaram um outro indivíduo, conhecido por “Neguinho Carroceiro”, para que levasse a vítima até um local afastado, saindo da “zona” dos denunciados, para que lá agonizasse até a morte. No entanto, a vítima foi socorrida por moradores da área e levado a um hospital, tendo sobrevivido ao ataque. O caso ganhou grande repercussão por ter sido filmado pelos criminosos, que espalharam as imagens nas redes sociais.