Matéria publicada no jornal O GLOBO, na coluna do jornalista Lauro Jardim, na edição desta quarta-feira, 05, fala da recente operação da Polícia Federal em Tucuruí cujo principal alvo foi o prefeito Alexandre Siqueira, em investigação com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida em crimes de corrupção nas eleições de 2024. Leia a matéria abaixo, na íntegra:
Alvo da PF por Suposta Compra de Votos Aguarda Há 183 Dias Outro Julgamento no TSE com Pedido de Vistas
Deflagrada pela PF para desbaratar um esquema que funcionava numa cidade pouco conhecida dos brasileiros uma operação jogou luz sobre a morosidade do Judiciário. O prefeito reeleito de Tucuruí (PA), Alexandre França Siqueira (MDB), alvo da operação Stall na semana passada, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida em crimes de corrupção nas eleições de 2024, tem um histórico de investigação de compra de voto.
Em 2023, o TRE-PA cassou os mandatos dele e do seu vice, Jairo Rejânio de Holanda, sob a acusação do mesmo crime, além de abuso de poder econômico no pleito de 2020. Após recurso no TSE, Alexandre Siqueira e seu vice-prefeito conseguiram permanecer nos cargos por força de liminar. Iniciado o julgamento dos recursos, a relatora, ministra Isabel Gallotti, votou pela manutenção da cassação dos mandatos e foi acompanhada por mais dois ministros.
No entanto, numa sessão de agosto passado, o ministro Nunes Marques pediu vistas, e o processo, até hoje (183 dias depois), não teve o julgamento retomado. Com isso, Alexandre Siqueira foi mantido no cargo e concorreu à reeleição, sendo novamente eleito. Se o TSE tivesse concluído ano passado o julgamento e confirmado a condenação do TRE-PA, Siqueira sequer teria concorrido, porque estaria inelegível até 2028.