Ela quer voltar à cena do crime. A ex-candidata a prefeita de Viseu, Carla Parente, que teve o registro de candidatura indeferido pela justiça eleitoral mas colocou a mãe para concorrer, foi condenada em 2020, por prometer expedição de documentos pessoais, realizar consultas médicas gratuitas, distribuição de medicamentos em troca de votos. A sentença, da lavra da juiza eleitoral Luana Assunção Pinheiro, foi exarada em setembro de 2020, tornado Carla Parente inelegível por 8 anos.
“Por meio de documentos, vídeos e perícias juntadas aos autos, restou comprovado que a investigada Carla Dulcirene Parente Novaes, com a participação da investigada Astrid Maria da Cunha Silva, cometeu abuso de poder econômico, ao realizar consultas médicas, distribuição de medicamentos e promessa de expedição de documentos de forma gratuita à cidadãos do município de Viseu”.
Escreveu a magistrada na sentença.
A denúncia, que resultou na condenação de Carla Parente, tem como pano de fundo o Hospital e Maternidade São Miguel, onde, não por acaso, Parente aparece como sócia proprietária.
“O conjunto probatório demonstra que o ilícito é incontroverso e as circunstâncias são graves tendo em vista que a candidata atrelou seu nome e imagem à entidade beneficente que oferecia atendimento médico, surtindo para o grupo comunitário vínculo de dependência entre voto e manutenção das benesses”.
Pontou à época o promotor eleitoral Emério Mendes Costa, frisando que ficou evidente o notório aproveitamento do deficiente sistema de saúde pública para intermediar e distribuir benesses, com o fim de obter votos da população carente.