Jurados do 3º Tribunal do Júri de Belém, sob a presidência do juiz Cláudio Hernandes Silva Lima, reconheceram que André Amaral da Silva ou André Andrade, 37, participou de triplo homicídio que vitimou Luan Willian Domingues dos Santos, 19; Roberto Cesar da Silva e Silva, 24; e Deivid Marques Domicil, 22. Os jurados reconheceram que o réu cometeu crimes conexos de tráfico de entorpecentes, tortura, favorecimento à prostituição ou exploração sexual e associação criminosa, tendo como chefe Diogo Junior ou Dirceu Pimentel Brasil. A pena fixada ao réu totalizou 67 anos de reclusão, a cumprir em regime inicial fechado. Na sentença o juiz aplicou multa e foi negado ao sentenciado o direito de apelar da decisão em liberdade.
A decisão acatou a sustentação do promotor do júri, Manoel Victor Murrieta e Tavares, que requereu a condenação do réu pelos crimes, conforme denúncia. Na manifestação, o promotor relatou que as vítimas foram atraídas até um motel, em agosto de 2013, sob pretextos de participarem de uma festa íntima com uso de drogas, e após algumas horas, as jovens foram dispensadas permanecendo somente as vítimas e os acusados, ocasião em que iniciaram a tortura, asfixia e morte por meio de disparos de arma de fogo. Os corpos das vítimas foram abandonados no interior do veículo Fiat Palio, de uma das vítimas, em uma localidade rural da cidade de Benevides, distante 50 quilômetros de Belém.
O defensor público Rafael da Costa Sarges atuou na defesa do réu e sustentou negativa de autoria em relação aos três homicídios. Ele argumentou que o réu conforme disse em interrogatório “não estava no local do crime, e sua vinculação com as mortes foi apenas por ter sido casado com a irmã de um dos envolvidos no crime”. O defensor argumentou, ainda, que o porteiro do motel foi ouvido, reconheceu o acusado por meio de fotografia, e que esse recurso é desacreditado pela Justiça por ser duvidoso, requerendo ao final a absolvição do réu, que já havia sido absolvido em julgamento anterior pelo mesmo crime.
Durante a sessão do júri, compareceu para depor apenas uma das quatro testemunhas arroladas pela promotoria e pela defesa do réu. Em declarações prestadas ao júri o porteiro do motel relatou os horários de entrada e saída do veículo onde as vítimas foram encontradas mortas.
Em interrogatório prestado por vídeo conferência, o réu negou ter participado do crime, informando ter sido condenado oito vezes por roubo, que resultaram em 70 anos de prisão. “Mas, nunca por tráfico ou homicídio”, afirmou. André da Silva que entrou no Sistema Penal com escolaridade fundamental, e atualmente concluiu todo o nível médio, pelo sistema penitenciário, atualmente é custodiado na Penitenciaria Federal de Catanduvas-SP.