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Adiamentos

A Promotora. Os Cursos de Tiro. Os Julgamentos Adiados. O Constrangimento e o Vídeo 

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Uma promotora de Justiça gerou constrangimento com colegas e com o Judiciário ao desmarcar duas vezes um julgamento do Tribunal do Júri para frequentar cursos. Um deles era para ter aulas de tiros com a pistola Glock. Veja o vídeo ao final. Além do curso de tiro, a promotora teria desmarcado o julgamento por uma segunda vez para participar de um evento com o corregedor-nacional do Ministério Público em Cuiabá.

A situação gerou reclamação da procuradora de Justiça Kátia Maria Aguilera Ríspoli, (foto no destaque), que criticou a colega, não identificada, durante reunião do Conselho de Procuradores do MPE nesta quinta-feira (4). A colega que atua no Tribunal de Justiça se disse constrangida ao atuar no julgamento de um habeas corpus (HC) da defesa do acusado do Júri Popular.

A justificativa do HC era excesso de prazo, o que foi acatado pelo desembargador Pedro Sakamoto na ocasião. “Dia desses eu peguei um HC com excesso de prazo em que a colega teria pedido adiamento de dois júris, réu preso, condenado em processos anteriores a 37 anos. Ele estava preso, o júri foi redesignado, é claro que a defesa entrou com HC pedindo excesso de prazo, e eu fui questionada pelo relator: “doutora, a promotora pediu para suspender o júri para fazer curso de pistola Glock?”. Eu queria entrar debaixo da mesa”, contou Kátia Ríspoli aos colegas.

Segundo ela, Sakamoto foi “extremamente cavalheiro” ao não revelar o motivo do segundo adiamento, mas a procuradora pesquisou no MPE e descobriu o evento com o corregedor nacional. Kátia Ríspoli relatou ter conversado com o corregedor-gerla do MPE, João Augusto Veras Gadelha, que falou com a promotora e o júri acabou se realizando.

“Eu só quero dizer para vocês o seguinte: ou nós precisamos ensinar o que é urgente, que curso eu posso me deslocar ou não. Porque a gente fica em uma situação extremamente constrangedora. Eu disse para o desembargador: o senhor tem razão. O que é que eu ia dizer? Claro que foi concedida a ordem, imediatamente eu cheguei aqui, falei com o doutor Gadelha, ligou lá, enfim, fez-se o júri. É isso que eu quero ponderar para vocês, uma coisa simples que está acontecendo”, finalizou. Assista o vídeo abaixo:

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Jornalista responsável: Evandro Corrêa- DRT 1976