Um cara de pau. É o mínimo que se pode dizer do prefeito de Cametá, Victor Cassiano, que agora se insurge, providencialmente, como defensor da causa LGBT. Isso porque o Ministério Público do Pará (MPPA) entrou com uma ação pedindo a suspensão do festival de verão de Cametá, no nordeste do Pará, com atrações incluindo Timbalada, Dom Juan , Tonny Garrido e Pabllo Vittar. A ação aponta “incompatibilidade da realização com recursos públicos”.
Descaradamente, o prefeito cametaense se pega na contratação de Pablo Vittar, para não justificar os gastos faraônicos com cachês. O valor estimado do festival é de aproximadamente R$ 1,5 milhão, podendo ultrapassar o montante, segundo o MP, considerando cachês de artistas de renome nacional. A Justiça ainda não se posicionou sobre o assunto.
O prefeito de Cametá já havia tentado justificar o injustificável afirmando, na cara dura, que trata-se de “preconceito estrutural enraizado na sociedade e que precisa ser combatido todos os dias”, como se o MP estivesse questionando apenas o cachê de Vittar.
“Já tivemos vários festivais com cachês maiores do que está sendo pago ao artista Pabllo Vittar e essas mesmas pessoas nunca se importaram. estamos sendo atacados de forma leviana, por pessoas que não fazem nada para combater o preconceito que fere e mata todos os dias milhares de pessoas”. Conta outra Cassiano.
O evento com tema “Diversidade” está programado para o último fim de semana de julho, nos próximos dias 28, 29 e 30. No dia 28, foram anunciadas as apresentações de Timbalada e Tonny Garrido, na “Noite da Igualdade Racial”; dia 29, na “Noite da Diversidade”, foram confirmados shows de Pabllo Vittar, Dom Juan e DJ KSHV; e para encerrar no dia 30 de julho, estão na lista Eric Land, Durval e Mariana Fagundes.
Na Ação que pede a suspensão do evento, o MP alega que “o município enfrenta diversas demandas sociais primárias não atendidas” e que “encontra-se em situação de emergência, com necessidades prementes nas áreas de saúde, educação e infraestrutura”.
A ação menciona casos de atrasos de pagamento de servidores na saúde; precariedade na prestação de serviços de educação; déficit na oferta de serviços médicos; falta de atendimento adequado às pessoas com deficiência, entre outros problemas. O parquet pede a concessão de tutela de urgência para suspender o evento e “evitar o dispêndio de recursos públicos que poderiam ser destinados às ações essenciais para a população”.
Os promotores também querem que, em caso de descumprimento da decisão judicial, seja aplicada multa diária à gestão municipal e que o município divulgue nos canais oficiais de comunicação o cancelamento dos shows e eventos programados.