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Instrução

O Falso Parente. A Organização Criminosa. O Aldir Viana. O Processo e a Instrução

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Nesta quarta-feira, 23 de julho, foi realizada a última audiência de instrução e julgamento do processo referente à denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), em 2022, por meio da 2ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital, contra oito pessoas integrantes de uma organização criminosa especializada na aplicação do golpe do “falso parente”. A prática vitimou diversos cidadãos entre maio e junho de 2022. O grupo também responde pelos crimes de estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Todos os réus foram interrogados.

O processo segue agora para as alegações finais, com vista ao Ministério Público, que irá requerer a condenação dos acusados com base nas provas reunidas ao longo da instrução criminal. A denúncia foi assinada pelo promotor de Justiça Aldir Viana, que apresentou à Justiça todas as provas apuradas de que os denunciados agiam de forma articulada, com divisão de tarefas, para ludibriar vítimas por meio de aplicativos de mensagens e movimentar os valores obtidos de forma fraudulenta utilizando-se de “contas bancárias de passagem”.

Os integrantes da associação criminosa abordavam as vítimas por meio de aplicativo de mensagens (Whatsapp), utilizando imagens de filhos ou parentes próximos, como foto de perfil, passando-se por familiares. Em seguida simulavam situações de emergência — como celulares quebrados ou dívidas inesperadas — e solicitavam transferências bancárias. Segundo a denúncia, as contas bancárias para onde os valores foram enviadas eram abertas ou utilizadas exclusivamente para escoar o dinheiro das vítimas, com o objetivo de ocultar a origem ilícita dos recursos — prática que caracteriza o crime de lavagem de capitais.

Após a transferência dos valores, as contas eram rapidamente esvaziadas e, muitas vezes, encerradas ou abandonadas, dificultando o rastreamento das transações. A denúncia foi baseada em depoimentos de vítimas e testemunhas, comprovantes de transferências bancárias, análise de movimentações financeiras e quebras de sigilo bancário, telefônico e telemático, autorizadas judicialmente. A investigação, iniciada ainda em 2022, contou com o trabalho técnico do Ministério Público do Estado, em parceria com órgãos de segurança pública especializados em crimes cibernéticos.

Alerta – O MPPA alerta a população sobre o crescimento de crimes praticados virtualmente e orienta que, ao receber pedidos de ajuda financeira por aplicativos de mensagens, as pessoas confirmem a identidade do solicitante por meio de ligação ou outro canal seguro, antes de realizar qualquer transferência.

O promotor Aldir Jorge Viana da Silva reforça que o presente caso demonstra “a necessidade de atenção redobrada com golpes digitais, pois os criminosos aproveitam-se da confiança familiar e da fragilidade emocional das vítimas, especialmente idosos”. O Ministério Público continuará atuando para responsabilizar criminalmente os envolvidos e garantir reparação às vítimas.

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Jornalista responsável: Evandro Corrêa- DRT 1976