Há algo de podre na insistência do prefeito de Santarém, Nélio Aguiar, em reformar o Hospital Municipal Alberto Tolentino, depois do incêndio de grandes proporções, que culminou na interdição do mesmo. Ao que parece, Nélio Aguiar está tentando “fazer caixa” a custa da desgraça alheia. Só isso justificaria a atitude do gestor em pedir recursos ao governo do estado e à União, o que vem fazendo sistematicamente, a pretexto de angariar verba para a reforma do hospital. Some- se a isso o fato do prefeito já ter “torrado” mais de R$ 25 milhões no Hospital Materno Infantil, obra que já dura 10 anos e até hoje não foi concluída.
Na verdade, o incêndio ocorrido no Hospital Municipal de Santarém foi uma tragédia anunciada, com o devido conhecimento do prefeito Nélio Aguiar. Em 2021, um minucioso parecer, elaborado pelo Grupo de Apoio Técnico Interdisciplinar G.A.T.I do Ministério Público do Estado do Pará, condenou a estrutura do hospital alertando, inclusive, para riscos de incêndio. Ressalte-se que na data do sinistro, não havia sequer um extintor no hospital.
“O risco de uma tragédia iminente no hospital municipal de Santarém amadurece a cada dia que passa principalmente por não está preparada para combater a ocorrência de incêndio e nem mesmo gerenciar uma situação de pânico. Soma-se a isso a quantidade de material combustível existente nos seus departamentos como papel, tecido, instalações elétricas, medicamentos e demais substâncias.” Asseverou o relatório do engenheiro frisando que a edificação do Hospital Municipal Alberto Tolentino Sotelo como um todo, chegou ao limite da sua vida útil e, dessa forma, não estaria em condições de atender de forma satisfatória, e com segurança, os fins aos quais foi destinado.” Dizia o relatório.
Curiosamente, as alas de obstetrícia e berçário do Hospital Municipal, que foram reformadas na gestão de Nélio Aguiar, foram justamente as que foram totalmente destruídas no incêndio. Mesmo diante de tantas evidências, e já com um incêndio registrado, nada disso parece sensibilizar o prefeito Nélio Aguiar, que segue em um voo “kamikaze” para tentar recolocar em funcionamento um hospital que nunca funcionou a contento, cuja reabertura, ao invés de salvar vidas, oferece sérios e graves riscos para a população. Alô Ministério Público !! Alô justiça!!!