Após uma polêmica entre promotor e advogado gerar a suspensão de um júri em Pirapozinho/SP, o julgamento tem nova data para acontecer: será no próximo dia 10. O júri envolve um caso de homicídio e estava marcado para novembro. No entanto, advogados de defesa deixaram o plenário em razão de desentendimentos com o promotor de Justiça. A controvérsia teve início quando, segundo relatos que constam em ata, o advogado Caio Percival teria comentado informalmente com seu assistente que daria uma “surra” no promotor Yago Lage Belchior, que atuava na acusação do caso.
O comentário foi ouvido pela juíza e pelo próprio promotor, que questionou a situação. Após discussões, a magistrada suspendeu a sessão para que os envolvidos se acalmassem, e chegou a pedir reforço policial para continuação do julgamento. Mas, posteriormente, a juíza recebeu informação de que um dos jurados estava se sentindo ameaçado pela presença de familiares dos réus. Diante da situação, o advogado Caio Percival anunciou que abandonaria o plenário “em vista da perda da imparcialidade do júri”.
Má-fé – A juíza Renata Esser de Souza, responsável pela sessão, interpretou a saída como abandono injustificado por parte dos advogados, e determinou a aplicação de multa por litigância de má-fé a seis causídicos, fixada em 20 salários-mínimos para cada um, com o objetivo de ressarcir o custo processual gerado pela interrupção. “A defesa não teve outra alternativa senão se retirar do plenário, em busca da preservação dos direitos do acusado e da integridade do processo”, disse o advogado.